sexta-feira, 22 de outubro de 2010

segundo a novena.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- =)
- *.*

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

terceiro infinito.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- Do dia que sentei no chão da minha cozinha e chorei compulsivamente por causa da morte da minha avó.
- Das noites que passei em claro pensando besteira e me sentindo super mal com isso.
- Do único flash que eu me lembro do dia em que os meus pais me disseram que iriam se separar.

sábado, 16 de outubro de 2010

o sétimo quadro.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- A festa de despedida com os meus melhores amigos antes de eu ir passar três meses e meio na Califórnia.
- A conversa que tive com o meu pai sobre os "10 anos" quando eu tinha 10.
- Quando minha ficha caiu que o ensino médio tinha acabado logo na formatura e de como eu desmaiei e fui amparada até a escada.
- O dia que fiquei pela primeira vez.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

siesta com os cinco.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão

--x--

- Marilyn Monroe; que me ensinou que mesmo quando as pessoas nos taxam e nos classificam, ainda sim somos muito mais do que elas pensam.
- Os Beatles; que me acompanham tanto na felicidade quanto na tristeza.
- Jack Kerouac; que foi um divisor de águas na minha vida tornando-me uma outra pessoa depois.
- Sakura; simplesmente porque eu não sei o que eu faria sem ela.
- Celine; por ser uma mulher que eu gostaria de me tornar, tirando talvez um pouco a neurose, depressão e ceticismo exagerados...

domingo, 10 de outubro de 2010

seis de cinco coisas.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- Mochilão pela Europa.
- Um filme.
- Morar sozinha.
- Cometer uma doidera amorosa como ir atrás de alguém no aeroporto ou gritar para todo mundo ouvir no meio da rua "eu te amo".
- Trabalho voluntário.
- Dar um tapa com vontade na cara de alguém.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

quatro mais quatro igual a sete.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- "Quando eu voltar à Nova York quero tomar vinho tinto com o meu namorado no Central Park, quando eu for à Paris vou andar de bicicleta de rabo de cavalo e vestido escutando Madeleine Peyroux, quando eu for à Londres vou andar pela cidade toda com botas de cano longo e mãos nos bolsos escutando rock indie, só falta agora pensar o que fazer em Roma, Barcelona, Berlim, Viena, e bla bla bla bla..."
- "Maria está sozinha em sua sala até ver que pela janela um garoto a observava encostado na parede à frente, era ele, aquele maldito do John e sua Harley. Porque ele era tão inconveniente, pensava, como descobriu onde morava? De súbito seu estômago embrulhou, no começo achou que fosse seus traumas mais uma vez a assombrando na sala vazia, mas seus fantasmas se dissiparam logo depois do simples gesto dele retirando os óculos escuros e não expressando nenhum sentimento ao olhá-la em seguida, mas que de alguma forma inexplicável enchera seu peito há anos vazio de algo que lhe dera vontade até de vomitar. Merda, ela pensa."
- "Sensacional. Quando eu fizer um filme vou usar isso aí também."
- "Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been... Lives in a dream... Hum... Ahn... Droga, sempre esqueço letras de música, meleca."
- "Oh shit."
- "Ai meu Deus, e se eu tiver feito a escolha errada??????"
- "Pára de ser injusta. Sua vida está ótima... Porque então você continua se sentindo triste?"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

três oitavos.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- Beijos no pescoço. (nooooooooossa)
- Olhar para mim quando eu finjo que não to vendo. (adoro! tudo começa por aí)
- Gestos de carinho bobos que só a gente acha que é super lindo e maravilhoso como: o garoto de oferecer a última bala do pacote. (isso quer dizer que ele te ama, claro! afinal era a última bala... claro, faz super sentido)
- Inteligência. (prefiro muito mais, muito mais afrodisíaco um cara te recitar Camões do que falar que pegou sei lá quantos quilos na academia hoje)
- Bom papo. (ahh isso também é essencial, já pensou... "cri cri, então... cri cri... ahh vamos logo para o beijo então")
- Carinhos. (isso também é muito bom, apesar de ser meio irritante para os outros as mãozinhas dadas, as brincadeirinhas a dois, os chamegos e beijinhos toda a hora)
- Gostar de música e filmes bons. (ahh não dá para mim Katinguelê e filmes de sessão da tarde, nada contra, só não é pra mim)
- Sentimento de troca intelectual e de experiências. (acho importante também um relacionamento de troca, tudo bem que pode haver desentendimentos às vezes, mas se eles ajudam um ao outro a rever conceitos e orgulhos, tudo certo, afinal aprender é sempre bom)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

segundo os nove.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- Eu rôo a unha do dedo mindinho quando estou nervosa. (ou a do dedo indicador quando estou feliz)
- Tenho uma vontade alienada e doida de fumar. (culpa do item aí abaixo)
- Amo filmes. (principalmente os clássicos)
- Gosto de andar pela cidade sem rumo certo. (minha famosa terapia de andar à ermo)
- Minha comida preferida é sopa. (meu gosto por coisas integrais e lights é realmente genuíno)
- Eu realmente acho que eu sei cantar bem. (apesar de eu morrer de vergonha de mostrar)
- Falo inglês comigo mesma andando na rua. (crio diálogos e tudo!)
- Já fiz Tae Kwon Do. (eu tenho essa carinha de criança, mas vê só...)
- Quando eu era pequena imaginava um serzinho que morava dentro de mim. (momento: O.o'')

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

os dez primeiros.

Primeiro dia: dez coisas que você gostaria de dizer a dez pessoas diferentes agora.
Segundo dia: nove coisas sobre você.
Terceiro dia: oito maneiras de ganhar seu coração.
Quarto dia: sete coisas que cruzam muito a sua mente.
Quinto dia: seis coisas que você gostaria muito de fazer que ainda não fez.
Sexto dia: cinco pessoas que significam muito pra você.
Sétimo dia: quatro coisas que você nunca esqueceu.
Oitavo dia: três coisas que você gostaria de esquecer.
Nono dia: dois smileys que descrevem a sua vida agora.
Décimo dia: uma confissão.

--x--

- Desculpe...
- Por mais estranho que pareça, acho vou sentir saudades disso tudo aqui.
- Obrigada por sempre estarem ao meu lado quando eu mais preciso.
- Me vê dez trufas de avelã, por favor?
- "I'll be there for you..."
- Fique bem, com sol ou sem sol, estarei sempre aqui para um café ou corridas na praia.
- Confesso que sempre quando nos despedimos já começo sentir a sua falta.
- To morrendo de vontade da gente fazer aquela viagem, só falta agora a carteira.
- Apesar de você se achar muitas vezes inútil e fraca, no fundo do seu coração você sabe que não é. Pare de fazer isso com você mesma... Que coisa.
- Você me irrita às vezes, mas não consigo viver sem você bebê. Mesmo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

comentários inúteis.

“Eu te amo”, é ou não é o comentário mais inútil que alguém já ouviu? E “eu poderia ficar aqui com você para sempre”, “adoro quando usa branco”, "você é muito importante para mim", “adorei a sua roupa hoje”, “adoro conversar com você” ou quando se responde uma mensagem quando nem se tinha uma pergunta? Comentários como “adoro acordar e te ver ao meu lado” ou “eu fico até mais feliz com você aqui” não estão elogiando, pelo menos não diretamente e claramente, não fazem parte do tema principal de alguma conversa, e não são respostas a alguma pergunta feita, simplesmente são coisas inúteis, comentários inúteis.

Mas calma caro e querido leitor, não sou insensível e nem no momento estou recalcada achando que não há beleza no mundo, por mais louco que pareça, hoje eu me dei conta que tais comentários inúteis soltos em conversas ou quando vem quando você menos espera são os mais sinceros, os comentários são inúteis sim, afinal ninguém os pediu ali, e tem até vezes que eles saem mesmo sem querer da boca das pessoas que os pronunciam, mas uma coisa é certa, inúteis ou não, eles são os mais genuínos e válidos.

Você pode estar lá conversando com a sua melhor amiga coisas que sempre conversaram todo esse tempo que se conhecem, falam coisas legais uma para outra, dão conselho e se ajudam como duas boas amigas fariam, mas aí, no meio do papo uma delas vira para a outra e fala “que bom que posso conversar isso com você”, viu? Comentário inútil. Oras, elas sabem que são melhores amigas, sabem que podem confiar uma na outra, sabem que já passaram por muita coisa que provaria a Deus e o mundo que são realmente confidentes e tal, mas precisava falar aquilo? Precisava, assim, de uma hora para a outra, dizer que era bom tê-la como amiga? Para os práticos ou de poucas palavras, não, tudo bem, tudo bem que ações falam mais do que palavras e demonstrações de carinho são a maior prova de que alguém gosta de você, não estou tirando o mérito disso, porque também muito xarope enjoa, mas a questão é a inutilidade de se dizer aquilo àquela hora, naquele momento, assim do nada, por livre e espontânea vontade de dizer aquilo, isso sim é bom de ouvir certas vezes, não num sentido de você ficar contabilizando o quanto àquela pessoa gosta de você proporcionalmente às vezes que ela te diz uma coisa legal e sim quando percebe que Aquele comentário, é seu e foi trabalhado somente para você naquela hora, naquele momento, assim do nada.

O mesmo acontece com um casal, putz, eu pelo menos acho chato aquela coisa de ficar no grude o tempo todo, falando que ama o tempo todo, enchendo o saco o tempo todo, é bom, tá... No começo, depois satura. Um relacionamento onde as duas pessoas se gostam muito, tem muita cumplicidade, amizade e companheirismo não precisa de rótulos para se dizer que ela é genuína, afinal os dois sabem disso e isso é o que importa, claro! Mas quando vem um “eu te amo”, assim do nada, quando um deles menos espera, sei lá, tem muito mais valor para mim do que quando ele vem naquela relação que já tá amando desde o primeiro dia de namoro, as palavras acabam se esvaziando, palavras são como o dinheiro, a gente guarda e investe nelas para ganharem um valor maior depois que aplicadas, um “eu te amo” diz muito e sinceramente prefiro ficar anos sem escutar a alguém me dizê-las apenas por falar... Talvez eu tenha encontrado um outro significado para comentário inútil: aquele que é inútil mesmo.

Comentários inúteis, eu quero dizer, são aqueles que não estavam no contexto, aqueles não premeditados, aqueles que você não usa a razão e sim a emoção, comentários altruístas sem qualquer intenção de retorno como um elogio que ficamos sem graça se não retribuimos ou uma pergunta na qual esperamos uma resposta. Comentários inúteis seriam como a maiêutica de Sócrates, algo que vem do seu subconsciente e que você fala de todo o seu conhecimento sem medir as palavras, poderia ser um bom exemplo.

Mas assim como há palavras inúteis, há também atos inúteis, claro, a vida não é só palavras, todos cometemos comentários inúteis, e agora me utilizando do clássico humor ácido, mudos também. Segurar a mão de alguém para caminhar pela calçada, comprar um hambúrguer para uma pessoa ficar feliz, pagar a passagem de alguém que não tem 35 centavos para entrar no ônibus ou sorrir para alguém triste na rua... Atos inúteis, ninguém os pediu ali, você não tinha obrigação nenhuma de fazê-los ali naquela hora, naquele momento, assim do nada, mas porque mesmo assim fazemos? Seres humanos são uma espécie fascinante capaz das mais altas atrocidades a atos de mais puro altruísmo, somos seres realmente doidos... Vai entender, deixo as explicações mais elaboradas para Freud e Nietzsche, minha teoria é de que apesar de aparentemente altruístas tenho para mim que somos egoístas e gostaríamos que pessoas fizessem a mesma coisa com a gente, mas isso não vem ao caso, a questão é que inconscientemente fazemos coisas às vezes sem o menor sentido, mas que na verdade são muito mais verdadeiras do que qualquer outra ação ou palavra que já tenha dito ou feito premeditadamente.

Portanto deixo aqui o meu recado para notarem esses pequenos elixires do dia-a-dia que poucos percebem, dêem mais valor a inúteis coisas que saem de pessoas extremamente úteis a nós; comentários inúteis são sem pensar e podem vir da onde menos esperamos na hora mais aquém, mas não devem existir expressões que caracterizem melhor o nosso ato inútil de sorrir após ouvi-los e agradecer em silêncio por termos aquela pessoa que não precisa de mais nada para fazer nosso dia muito mais feliz.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

a novela vaga de julieta que olha para cima.

assobiei para te chamar
não me ouviu,
tive que esperar
a vontade em meus olhos que cresce com o soprar
mais alto e mais lento
de um velho juramento
entre nós
como no filme de Godard
acossado sem sentimento
com medo de voltar.

quatro coisas eu sei dela,
enquanto espero,
penso em defeitos e acertos
daquela que canta em solfejos
pois não sabe assobiar,
da segunda já nem ligo
pois avisto,
sim é ela,
que espera na janela
o velho soprar de vento
que toda madrugada burbura juras
em seus ouvidos para não chorar,
mas ainda não entendo
se vive a vida ao relento
porque,
porque não pode me amar?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Day 23 — The Last Person You Kissed ou a carta sem palavras.

Esta é a décima tentativa de eu escrever uma carta para você, as muitas outras que vieram antes desta falharam porque não conseguiram captar o que eu realmente queria dizer, eu estava tentando ser racional e escolher as melhores palavras para se dizer algo que na verdade é sem palavras... Taí o meu erro, ontem estávamos conversando sobre como as palavras perderam o seu significado com o passar do tempo e foi justamente isso que eu tava tentando criar com adjetivos e advérbios de intensidade mesclados à histórias do passado, tentei de alguma forma explicar o que eu tenho ouvido, visto, sentido e vivenciado desde maio deste ano.

É difícil... Não sei porque está tão difícil, afinal sempre me achei uma pessoa relativamente boa para escrever sobre diversos assuntos e pessoas, mas foi só o tema Você aparecer para a minha "habilidade" travar e me deixar mais pensativa e crítica em relação a qualquer coisa que eu escreva ou reflita sobre o assunto. Conversei hoje com a Fê e falei que tinha conseguido terminar a nona tentativa desta carta, mas mesmo que fosse ela a única que eu consegui ir até o fim até agora pelo menos, mesmo assim ainda não estava inteiramente satisfeita com ela, ela me disse que isso era normal, que tem certos assuntos que simplesmente você não consegue arranjar palavras para expressar exatamente aquilo que está sentido, e é isso mesmo, simplesmente não há palavras que eu possa associar a todos esses dias que passei ao seu lado e conseguir delas um entendimento genuíno do leitor de pelo menos 1/3 do que eu estou sentindo de verdade...

Com você me sinto num filme mudo de Chaplin, não preciso de palavras para explicar o que está acontecendo comigo, é nítido meu esboço de sorriso quando vejo seu nome no meu celular me ligando, quando me abraça por trás quando eu menos espero ou quando conversamos por telefone e pressinto que sorriu junto comigo depois de um assunto encerrado. Me sinto uma escritora sem palavras. Sem palavras para te dizer que te adoro cada vez que nos vemos, para agradecer tudo o que faz por mim, para explicar para mim mesma o que são aquelas borboletas no estômago que aparecem toda vez que beija a minha mão, me segura pela cintura ou chega perto para me dar um beijo... Não tenho palavras para descrever a ótima relação que a gente tem e do quanto isso me faz bem, porque você me faz muito bem, já não me sinto mais sozinha, e até me acostumei com isso: horas de conversas no telefone, te ouvir perguntar como foi o meu dia, cafunés e massagens terapêuticas para ambos, escutar que foi ótimo acordar e me ver ali do lado, comer comida japonesa e chinesa mesmo quando estamos duros, assitir filmes "cults" acompanhada de alguém que não se importa com isso (acho ^^), ouvir diversas músicas antigas e novas ou simplesmente ficar conversando de barriga pra cima à noite até o sono chegar... Me acostumei.

Palavras são só apenas uma das formas de se dizer algo, como diria o chavão "uma imagem vale mais do que mil palavras" apesar de eu nunca ter me imaginado nessa situação, pois como uma pessoa que gosta de escrever nunca dei para mim que algum dia eu fosse me deparar com algo que a minha capacidade de dissertação falhasse. Desculpe o texto um pouco curto e sem muito fundamento, não é que eu não tenha nada a dizer, eu tenho e muito, mas prefiro não fixar em algo concreto como palavras, prefiro figurar em uma imagem que dizem outras mil formas as quais eu não saberia como letrar... Uma pessoa sorrindo, pois é isso, na verdade tudo o que eu queria dizer até agora era um sorriso, alguém sorrido era tudo o que eu precisava e queria expressar, "pois nao teria palavras. Acho que só conseguiria olhar e dar um sorriso de lado... Como nas vezes quando nos sentimos bem e satisfeitos só de olhar algo que queremos o bem. E muito bem".

Obrigada mon chéri Gui,
"If we find no words to say
to the rhythm of the waves
then we'll both surrender there
walking on air
and the worries of the day lie down" - King Crimson

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Day 25 — The Person You Know That is Going Through The Worst of Times

Bruna Rossi (muitos nomes depois) Barros,
desde de que te vi pela primeira vez numa festa à fantasia fui logo com a sua cara, apesar de você dizer que as pessoas geralmente a veem como uma pessoa de cara amarrada eu não sei porque, mas para mim foi um rostinho muito meigo, feito bonequinha (assassina, do jeito que você gosta) e com uma áurea tão boa que após ter entrado no colégio uns meses depois fui logo tratando, meio que sem perceber, ser sua amiga.
Incrível como a gente tem papo: vamos de Naruto à filmes cults, de histórias de terror à contos de fadas, de coisas sérias de família à besteiras que cada uma faz no dia a dia, de tristezas acadêmicas à alegrias de encontros que rimos de tuuuudo aquilo lá em cima. Queria escrever para você Bu porque além de eu querer te agradecer algumas coisas também queria te pedir desculpas... Desculpas por estar mais ausente ultimamente, pior que você me entende, porque sua rotina é bem parecida com a minha e apesar da gente rir disso no telefone ainda sinto falta dos cafés que a gente tomava nos nossos ócios do ano de 2008 (ohh praga!) que hoje com a vida conturbada de todo mundo nem dá para fazer mais a nossa romaria pelos cafés do Rio (que detalhe: pode levar o tempo que for, mas a gente ainda vai conseguir, eu topo!), desculpas por seu apelido Bu... "Bu" mesmo ^^ Você sempre foi e sempre será a Bu para mim, mas é que com o passar do tempo eu acabei associando o nome Bruna à Bu e acabo chamando carinhosamente todas as Brunas que eu conheço de Bu... É sem querer, é mais forte que eu, é como eu começar a chamar todas as Fernandas que eu conheço de Nanda, não consigo O.o'' Pior que eu te entendo porque ter o nome pequeno (Bruna, Laís...) têm as suas dificuldades de se arranjar um apelido que a gente goste e que não gire naqueles chavões tipo diminutivo ou repetição de sílabas... E quando a gente encontra Aquele que a gente realmente se identifica ou é super conhecido como o seu ou como o meu onde só uma pessoa me chama desse jeito.
Acabei te colocando nesse dia 25 das cartas porque apesar de poucos anos de amizade você já é uma das minhas maiores confidentes, uma de minhas melhores amigas, uma das pessoas que mais admiro e gosto de abraçar do mundo (pois é, eu adoro o seu abraço, não me pergunte o porque), sei que posso contar com você quando estou angustiada em casa e preciso de alguém para sair e conversar mesmo sendo oito horas da noite, que posso contar com você para me acompanhar num festa dançando mesmo quando ninguém está, que posso contar com você para me dar apoio quando as minhas espectativas não são alcançadas como no caso da faculdade, que posso contar com os seus conselhos de quando me dá uma louca e eu resolvo te ligar pedindo ajuda, que posso contar com a sua "compreensão" quando eu nos meto em alguma roubada de passeios que eu invento...
Obrigada por ser você. Obrigada por tudo mesmo, sempre, obrigada pelos filmes, pelos barzinhos, pelos conselhos, pelas danças até as quatro da manhã, pelos puxões de orelha, pela amizade e mais especialmente pelas conversas nas quais me sinto super a vontade de falar e ser ouvida e que depois delas me sinto muito mais confortável e feliz. Do mesmo modo como te dedico este tema saiba que da mesma forma você pode contar comigo para o que for, nem que seja pra ir de carro até o Méier e ficar conversando num pólo gastronômico sem consumir nada ou ir à uma palestra sobre sonhos e parar no Aeroporto Santos Dumont. hahahahhahahahha Bons tempos...
Grande beijo, te adoro bombom.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Day 18 — The Person That You Wish You Could Be

Gosto tanto de ser eu... Quando vi o tema dessa carta a primeira coisa que eu pensei foi: "putz, não sei não". Não é que a minha vida seja maravilhosa, que eu seja egocêntrica e narcisista nem que tudo o que eu viva possa ser escrito e transformado em filme depois, mas é que até mesmo as coisas mais insignificantes e triviais dela eu gosto, mesmo as mais tristes e que eu não desejaria para ninguém.
É engraçado, quando eu era criança queria que a minha vida fosse que nem as das princesas da Disney com seus romances, coroas e castelos, um tempinho depois gostaria que a minha vida fosse que nem a da Sakura Card Captors: possuir magia, ser linda e de quebra ainda ter um menino super graçinha afim de mim, mas ao mesmo tempo eu gostava do poder da Madonna com seus sutiãs de bico dançando com aqueles saltões, cresci mais um pouco e me apaixonei por personagens de filmes clássicos como Catherine, Holly Golightly, Rose Loomis, Gilda e Leslie Benedict e também de filmes contemporâneos como Isabelle, Amelie Poulain, Celine e Valentine, livros como Julieta, Capitu, Tristessa e Sophie Neveu ou celebridades como Angelina Jolie, Audrey Hepburn e Carla Bruni, mas mesmo assim não queria ter a vida profissional de Marilyn Monroe, o corpo de Audrey Hepburn, a morte de Catherine, a vida amorosa de Celine nem as dificuldades de Tristessa...
Gosto desse meu jeito sonhador de ser de Amelie, gentil de Angelina, doido de Gilda, inteligente de Sophie e intenso de Catherine. Percebi que todas as mulheres que eu já um dia admirei, que existissem ou não, na verdade tem um pouco de mim, talvez seja por isso que gosto tanto delas, suas vidas se mesclam com a minha em aspectos que nem por isso desvalorizam a minha e me façam querer as delas. Tenho para mim que gosto tanto da minha vida, pois nela há tanto a comédia quanto a tragédia dos filmes que tanto gosto, romances e desamores dos livros que tanto releio, histórias normais ou surpreendentes como os programas que assisto, não é que eu queria ser alguém, eu já sou alguém, alguém com um monte de outros alguéns dentro dela.
Se pudesse pedir de alguma forma as virtudes de pessoas que não conheço pediria a auto-estima alta Vivian Ward, a força de Joana D'Arc e o idealismo de Jolie, já se eu pudesse me inspirar em virtudes de pessoas que conheço pegaria para a minha vida o talento da Bruna e do Gui, o esforço do Batutinha e da Fê, a força da outra Bruna, da minha mãe e do meu avô, o estar bem com a vida da Lice e do meu pai, a amizade da minha irmã e da Fran, a coragem das minhas tias, o engajamento em algo que goste com o pessoal da faculdade e a bondade da minha vó.
Acho que essa que sou eu: Laís Carvalho dos Santos, a garota toda remendada por coisas que me cativam por aí a fora além do meu toque pessoal, é claro. Quero continuar sendo essa garota que é apaixonada por cinema, que é 8 ou 80, que passeia à ermo, que tem o riso solto, que gosta de viajar, que é esforçada, que é compreensiva e gentil, gosto dessa Laís avoada e atenta, ciumenta e liberal, egoísta e altruísta, preguiçosa e ativa, horrorozinha e bonita às vezes, doida e calculista, sonhadora e pé no chão. Essa carta é para mim mesma, obrigada por ser o que é.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Day 17 — Someone From Your Childhood

Eu conheço você o que... 17 anos... Meu Deus. Conheço você uma vida inteira, se pensarmos numa questão de comparação, é como se eu te conhecesse o mesmo tempo em que a minha irmã respira. É realmente mágico pensar que tenho alguém na minha vida que eu vou poder falar para os meus filhos de três anos que "a mamãe conheceu a tia Fefê na sua idade", é doido pensar que existe alguém que realmente acompanhou boa parte das coisas das quais eu vivi até hoje ativamente ou não, é legal saber que tenho alguém que posso falar "mas é claro que eu to falando isso, afinal, eu te conheço".
Foi naquele mundinho maravilhoso de EPS no ano de 1993 que fui cair na salinha do jardim com uma tal de Fernada Azevedo, ela era a Azevedo, pois na sala havia uma outra que era a Monayar. Não ficamos amissíssimas desde o começo, eramos boas amigas, ela era a minha mãe quando brincávamos de casinha na hora do recreio, era com ela que eu brincava de pintar na aula de artes e ia nas festinhas de aniversário. Todos esses anos que passamos juntas sempre gostamos muito uma da outra empaticamente: conversávamos nas aulas chatas, nadávamos na piscina quando tinha passeio, dançávamos nos Festivais Criativos e chingávamos as meninas do colégio Cinco que detestávamos por apenas um dia por causa da Semana Comunitária.
Se me perguntarem porque eu gostei daquela menina de óculos e cabelos claros eu não vou saber dizer, geralmente quando alguém me pergunta o que eu gosto em certas pessoas que realmente gosto não sei falar com exatidão cada característica dela que me cativou, para mim todo mundo consegue ser legal, inteligente, amigo, companheiro, forte, protetor, irmão, mas só certas pessoas conseguem num emaranhado de êxitos e defeitos cativar você de forma que você não tira nem põe, simplesmente porque se colocasse ou retirasse algo não seria mais aquela pessoa que tanto gosta, aquela exata pessoa que te cativa por apenas ser ela mesma do jeito dela espalhafatoso ou quieto, doido ou calmo demais, grudento ou frio, mas sempre amigo.
De uns anos para cá eu saí do colégio, mudamos de turma, nos afastamos, nos juntamos de novo, mas o carinho e a empatia continuava o mesmo, acho que já tava escrito desde o momento em que nos encontramos naquela salinha do jardim que iria perpetuar uma amizade com alguém por muito tempo, tanto que hoje somos uma das melhores amigas uma da outra, estudamos na mesma faculdade depois de termos passado uma vida toda no mesmo colégio, fazemos parte de um mesmo grupinho Friends e ainda por cima ela se tornou uma das pessoas que mais confio e agradeço do mundo, pois como eu digo para ela: "você me salvou".
Obrigada Fê, nossa, minha vida hoje seria muito diferente se não tivéssemos tomado aquele café no Arteplex no dia que fui com você fazer a sua matrícula na faculdade, você me ajudou e muito todo esse tempo com tudo na minha vida, cuidou de mim, me aconselhou, me deu puxões de orelha (e que puxões ^^), me deu a sua presença confortável, meu edredom, horas de conversa para eu me sentir melhor, momentos engraçados para eu lembrar o resto da vida e um presente que nunca vou esquecer, pois foi com ele que consegui de fato me curar. Obrigada, não sei se algum dia vou conseguir retribuir tudo o que já fez por mim, saiba que nossa amizade é para mais de 17 anos, muito mais, afinal vamos morar em Ipanema todos juntos e nossos filhos vão ser amigos que nem a gente.
Agredeço a qualquer entidade lá em cima que me colocou no seu caminho, sem você e sem nossa amizade hoje eu não saberia que o presente é um presente, e que presente. Obrigada meu edredom que veio numa caixa de presentes bem linda e rosa com um grande laço de fita (que por sinal, é também rosa).
Grande beijo =)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Day 26 — The Last Person You Made A Pinky Promise To

Uma hora depois do pior voo da minha vida.
"Jura que essa lata velha não cai não Lalá?"
"Juro Lice, fica tranquila, é mais fácil a gente capotar de carro ou ser assaltada num ônibus do que um avião cair. É o transporte mais seguro... Dizem."

Ok, eu menti.
Eu adoro andar de avião. Sempre gostei desde pequenininha a comida, as aeromoças, o serviço, chegar num aeroporto, o Duty Free, passear num aeroporto, até os carinhas sinistros da alfândega eu sempre aguentei, mas só tem uma coisa que hoje em dia ainda me abala em qualquer circustância por causa de uma única vez (infeliz): a turbulência (maldita). Eu não tinha medo não, ficava um pouco incomodada, mas sempre soube que aquilo não era motivo para um avião cair, afinal isso acontece toda hora, em praticamente todos os voos do mundo por diversos motivos, de passar por uma nuvem à enfrentar quase uma hora (de terror) de uma tempestade de Nova York a Miami.
Desculpa Lice, mas dessa vez tive que mentir para nós duas, não podia deixar você ficar com medo e muito menos deixar eu me desesperar, também depois daquele voo que eu realmente achei que eu iria morrer não era bom continuar mais umas oito horas de viagem com nós duas aflitas, por isso te poupei e fiz um juramento, que para falar a verdade, naquela hora eu não sabia muito bem se eu podia manter. Mas fique tranquila, pois todos os outros juramentos que fiz nos voos de Rio-Miami-São Francisco, Eureka-São Francisco-Nova York e Nova York-Miami foram sinceros e que eu realmente estava falando a verdade quando disse que não precisava ter medo e que era só fingir que estávamos andando de ônibus com a janela fechada e apertar a minha mão se sentisse medo.
Até hoje eu me lembro do dia 15 de dezembro de 2009 quando que depois de passarmos por todas aquelas burocracias antes de embarcar uns amigos me ligaram no celular faltando alguns minutos para eu desligá-lo e só voltar à ligá-lo meses mais tarde... Voltei a chorar e falar para você que para mim aquilo ia ser difícil: lidar com algo novo assim do nada, foi quando você rebateu que o que mais te assustava naquilo tudo era o avião. Não pude deixar de rir, era mesmo o Divino que nos uniu ali naqueles banquinhos do terminal do Galeão, para mim era super tranquilo viajar de avião, afinal adorava aquilo tudo de viagens e conhecer lugares novos tendo que depender de outra língua para comer e para você tranquilo era se jogar de cabeça em algo totalmente novo e se adaptar bem a isso; de certa forma o Divino nos uniu ali porque supríamos carências uma da outra, onde uma era mais fraca a outra vinha e aguentava a barra pelas duas e vice versa. Foi realmente ótimo saber que eu podia contar com alguém para me ensinar a receber melhor as mudaças à longo prazo e me adaptar a um novo estilo de vida que se eu fosse encará-lo sozinha com certeza não iria aguentar por muito tempo e também me deixa feliz que eu tenha lhe proporcionado segurança num sorriso e num aperto de mão na hora da decolagem quanto o aprendizado no inglês e locações legais de Nova York.
Creio que fizemos muito uma pela outra tanto no quesito conversas sobre tudo e todos à presenças que faziam toda a diferença quando chegávamos em casa cansadas e ainda tínhamos pique de ir tomar banho lá fora mesmo fazendo zero graus. Muito obrigada Lice, por tudo, acho que já te agradeci, mas não custa nada falar de novo. Foi realmente um prazer a mais ter você como confidente, amiga, companheira e roommate nessa viagem que já deixou saudades, tanto que acordei hoje pensando bastante nela... Obrigada por ter me prometido que ia ficar tudo bem, pois de fato ficou. =)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Day 5 - Your Dreams

Tudo bem, eu sei que eu falei que queria seguir a listinha de cada dia com o seu respectivo tema, mas depois de eu ter desanimado um pouco ao perceber que no dia que tinha que fazer o post para os meus pais e exatamente nesse dia eu estava brigada com um deles e com a menor vontade de escrever sobre isso, decidi então escrever quando me der vontade sobre o tema, porque também não adianta de nada eu fazer um post para algo que talvez no dia não esteja me inspirando nem um pouquinho... Não é verdade? =)
Hoje decidi voltar à ativa dando uma olhada na lista das cartas para ver o que eu estava com vontade de escrever, notei o "irmãos e parentes próximos'', "alguém que mudou a sua vida" e ''a pessoa que não sai da sua mente'', três temas muito bons que realmente gostaria bastante de dissertar, mas foi aí que vi o "sonhos" e do nada me deu uma vontade maior ainda em falar, na verdade mais para mim mesma, o que eu quero pra mim, o que se passa nessa cabeçinha aqui e que geralmente não dou muita importância.
O que eu quero para mim? Desde criança imaginava que se eu tivesse uma lâmpada mágica e um gênio aparecesse me concedendo três desejos logo de cara pediria infinitos desejos: ser rica, morar num palácio, ganhar aquela bicicleta com brilho rosa no natal, que aquele garotinho que eu gostava me notasse, que eu pudesse ter todas as Barbies do mundo, que eu fosse à Disney todo mês e que a minha vida fosse como um filme onde tudo acabaria no Happy Ending... É engraçado que se a mesma pergunta me fosse feita nos dias de hoje, meus desejos, meus sonhos seriam bem diferentes, talvez menos fantásticos e infantis, talvez mais maduros e adaptados ao mundo real que antes, porque os meus desejos de uma garota de 20 anos de classe média no Rio de Janeiro que já experimentou tanto dos mais utópicos sonhos à realidade nua e crua mudam procurando algo mais concreto e possível mesmo para os meus sonhos mais impossíveis de se realizar.
Qual é o meu sonho? Nunca lembro dos meus sonhos, sempre que acordo me recordo de apenas flashes que logo em seguida se esvaem e somem no travesseiro, os poucos que me lembro são pesadelos marcantes, os que escrevi no projeto Jack Kerouac - O Livro dos Sonhos onde ele descreve assim que levanta tudo o que percorreu em seu subconsciente durante as oito horas de sono ou daqueles que se repetem e quando você acorda pensa: "Eu já sonhei com isso", tirando isso tenho uma memória péssima. Meus sonhos, "sonhos" como no seu segundo significado no dicionário tenho vários que mudam a cada instante, pois além de ser geminiana sou uma pessoa que gosta de muitas coisas ecléticas e díspares, não tenho O sonho meu, tenho diversos sonhos bobos e importantes, fáceis e rápidos à difíceis e passíveis de riso de tão impossíveis, nunca quis ser só uma coisa, sou o 8 e o 80.
Ter uma banda, viajar ao redor do mundo num cruzeiro de 112 dias, morar em Nova York, escrever um livro, ter um cachorro, aquele vestido Vivienne Westwood que vi na internet, ter um Iphone, ter um filho, ser rica, ser diretora/roterista de cinema independente, ir à Antártica (apesar de esse ser o lugar do planeta que tenho mais medo, mais até que o Everest ou quem sabe o deserto do Saara), lua de mel em Bora Bora, ter um armário só de sapatos, aprender e entender bastante sobre vinhos, aprender mais pelo menos umas quatro línguas, viajar de carro pela Route 66, ir para um outro país com os meus amigos de férias, mochilão pela Europa e ter todos os boxes de filmes que eu quero ter... Notou uma coisa? Não? Dando uma re-lida neste parágrafo percebi que tudo o que listei tem a ver com dinheiro e consumo, oras, mais da metade posso conseguir se tiver bufunfa, banda eu posso até pagar para entrar numa sendo que eu seria um grande peso morto nela, um filho dá para se ter sozinha nos dias de hoje se você tiver um bom plano de saúde que cubra um banco de espermas, até publicar um livro e ser diretora/roterista dá para se comprar...
Com dinheiro tudo se arranja hoje em dia e embora eu não esteja fazendo pouco dos meus sonhos "compráveis", o que não estou, pois na verdade os quero muito também (^^), eu pensei aqui agora em sonhos que não se vendem e nem se compram como numa feirinha onde se tem nichos de "viagens", "profissional" e "material", pensei em sonhos que se um gênio não me deixasse ter infinitos sonhos não teriam a vida útil de 112 dias ou até quando eu cansasse de ficar em albergues pela Europa, tudo bem, retiro somente o filho que seria para mim eterno, mas até o livro, a banda e o cinema se eu não gostasse inteiramente, não quisesse isso para a minha vida ou não me empenhasse para isso ruiria e se tornaria apenas mais uma lembrança boa de quanto durou assim como na vez que vi aquele paredão de gelo na Antártica.
Sonhos que não se compram... Como diria o diretor Frank Capra: "A Felicidade não se Compra", minha vó: "A Saúde não se Compra" e eu mesma: "O Amor não se Compra", não podemos comprar aquilo que não vemos e sim enchergamos, o que não escutamos e sim ouvimos, aquilo que não depende de um meio material para chegar a você com segundas intenções e sim o que vêm de graça! Oras, é claro, o que não compramos é de graça! Como eu não tinha pensado nisso antes... O.o'' O amor que você tem por música, cinema, arte e literatura nunca vai ser o mesmo se você visitar todos os museus do mundo, grande é mesmo é aquele que procura, que sabe, que se informa e que quando tem a oportunidade de ver pelo menos um Renoir se enche de alegria classificando aquele dia como o dia mais feliz da sua vida. O amor que você tem por música não é aquele que você tem todos os álbuns e ter ido todos aos shows possíveis do mundo, e sim quando se emociona com apenas um acorde ou quando sua vida muda depois daquela música em especial. Isso não se compra... Sentimento não se compra.
Eu reconheço que sou muito agraciada por tudo que me rodeia, tenho saúde, tenho amor de amigos e parentes, tenho a minha própria felicidade com o poder de não vinculá-la a mais ninguém, tenho as minhas fantasias surreais que me permitem viajar quando eu quiser, tenho minhas virtudes e caráter, tenho cativação e encantamento por qualquer tipo de arte que gosto e que inspira a minha vida, eu tenho... Tudo. Bem, não tudo porque ainda faltam os 567 pares de sapatos e as minhas viagens pelo mundo, mas sim, eu tenho tudo, não posso reclamar nem ao menos pedir por mais, pois não é necessário. Tal declaração seria muito budista se eu não fosse tão consumista também. =)
Após esta releitura de vida que realmente nos esquecemos quando essa pergunta é feita tenho para mim que se uma lâmpada mágica aparecesse na minha frente hoje e eu pudesse fazer três desejos eles seriam apenas um:
"Deixa tudo como está, to bem, o resto eu posso conseguir sozinha".

terça-feira, 13 de julho de 2010

Day 2 - Your Crush

Dia 13 de julho! Que data mais oportuna e incrível de se cair logo hoje quando a postagem do Your Crush vem à tona... Feliz Dia Mundial do Rock by the way "I tried to say I'd be there... Wainting for". ^^
Crush segundo o dicionário Michaelis é: n 1 esmagamento, compressão violenta. 2 Amer multidão de gente, aglomeração, aperto. 3 sl paixão intensa e passageira. • vt+vi 1 esmagar. 2 enrugar, amarrotar pelo uso ou gasto. 3 triturar, britar, moer. 4 espremer, prensar. 5 subjugar, submeter, reprimir. 6 oprimir, tiranizar. 7 suprimir, aniquilar. 8 quebrar(-se), despedaçar(-se). 9 acotovelar-se, comprimir-se. 10 apaixonar-se subitamente. to crush a bottle esvaziar uma garrafa. to crush down esmagar, pulverizar. to crush out prensar, espremer. to crush up britar, triturar. to have a crush on estar apaixonado por...
Minha paixão não foi à primeira vista... O conheço desde que nasci, pode-se dizer que somos velhos conhecidos, pois enquanto eu ouvia suas palavras que me encantariam mais tarde devido falta de compreensão da idade ao preferir brincar de Barbie na época, nos dias de hoje não passo um dia se quer sem sua companhia. Nosso crush foi à segunda vista, crush esse que me bateu e me triturou após eu prestar mais atenção nos seus cabelos cortados em estilo "tigela", em seus terninhos Pierre Cardin, posterior entrada no mundo das drogas lisérgicas e universo budista, e o sotaque britânico que me encanta mais do que qualquer outra coisa... Pois é... Meu amor é poligâmico, doentio, já que dois deles estão mortos e nojento, colocando que os dois que ainda estão vivos têm mais de 135 anos juntos; seis vezes e meio a minha idade.
Escuto Beatles, sem brincadeira, desde que me conheço por gente, pois meus pais, ávidos conhecedores e fãs, colocavam no carro para a gente escutar enquanto ia viajar ou cantavam sem querer lavando a louça ou tomando banho, mas apesar de desde pequenininha eu saber algumas músicas de cor só de ficar ouvindo por tabela, não tinha a cultura Beatlemania que hoje, segundo a referência de número 9 no dicionário, me acotovela e me comprime ao ponto de ter dias que só os quatro rapazes de Liverpool para me tirar de um dia deprê.
John, Paul, George e Ringo mal sabem que já me fizeram chorar, sorrir, usá-los como desculpa para iniciar uma conversa, gastar mais de mil reais (bem mais) em bugigangas capitalistas só por possuirem alguma menção à eles, acordar às cinco da manhã só para ver o filme A Hard Day's Night que estava passando no Telecine Cult, cantar sem querer no meio da rua aquelas partes das músicas que adoro, ir mais de uma vez em Nova York só para poder visitar direitinho o Dakota e o Strawberry Fields, converter e encher o saco de certas pessoas para que elas também os ouçam, me basear no Lennon para criar a personagem de uma das histórias minhas que mais gosto e continuar no trabalho que às vezes me entedia só para juntar dinheiro para que no ano que vem eu possa ir à Londres e é claro, Liverpool.
Este crush que eu sinto pelos meninos é extremamente saudável e passional embora esses dois adjetivos não se enquadrem muito bem juntos, The Beatles me faz bem e segundo Caetano: ''quando a gente gosta é claro que a gente cuida", trato esta paixão como para sempre porque de uma forma ou de outra eles não têm como me decepcionar ou "let me down" porque tudo o que eu já podia saber sobre eles no passado, presente e futuro eu já sei e gostei mesmo com todas aquelas loucuras de drogas, brigas, Yoko e separação, só mesmo os Beatles para eu nomear algo na minha vida como para sempre porque eternos ele já são, é difícil encontrar algo para sempre e agradeço muito à eles por me proporcionarem pelo menos essa base.
Crush é que nem paixão, te arrebata de uma certa forma que você nem pensa racionalmente que está caminhando mais de três bairros só para ir aquela locadora e ver se o Yellow Submarine está disponível para alugar ou nem liga se sua blusa com todos os álbuns deles é um pouco transparente e que na verdade aparece seu sutiã... A vida me fez encontrar os ''campos de morango'' para me mostrar que ''ontem'' não há ''tolos nos morros'' e que ''por ninguém'' eu devo impedir que ''venha o sol'', o meu sol num ''céu de diamantes''. "A felicidade é uma arma quente'' e só quando "saímos para brincar" no "jardim do polvo" é que ficamos "livres que nem um pássaro". (Entenda o que quiser desta frase) O_o''
Os Beatles fazem parte da minha vida e computam a minha equação que sem seus algarismos o resultado final de Laís Carvalho dos Santos seria muito mais esquisito, sem cor e até mesmo sem sentido. Obrigada, rapazes de Liverpool, por tornar a minha existência muito mais feliz, engraçada e inspiradora, saibam que se estas palavras chegassem de alguma forma a cada um de vocês gostaria que pelo menos entendessem isso: thanks.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Day 1 - Your Best Friend

Sempre me considerei uma pessoa com bastantes amigos, lembro que no ensino fundamental falava que todo mundo da minha sala era meu "amigo" no sentido literal da palavra, mas com o passar dos anos, as relações vão minguando e como uma pessoa um dia me disse "a vida não junta, ela separa", os ditos Amigos com letra maiúscula, aqueles para o que der e vier, percebemos que são colegas queridos muito confundidos com Eles que estarão realmente lá quando a gente precisar. Apesar de hoje eu poder levantar as mãos para o céu por ver que eu até que tenho duas boas mãos cheias de Amigos, não posso ignorar os anos e os fatos que fizeram de você, Fran, a minha mais eterna e querida melhor amiga.
"Francisneidezinha" do meu coração. Caramba amiga, vai fazer o que... 10 anos que eu te conheço! Até hoje me lembro da primeira semana de aula na quinta série de 2001 na Escola Porto Seguro em que a Tia Lourdes me apresentou a uma menina magrinha de cabelo ondulado que logo de cara gostei. Desde aquele dia quando eu tinha 10 anos e ainda comprava na banca os mangás de Sakura Card Captors e você tinha 11 anos e ainda usava aparelho vi que minha vida seria extremamente diferente se eu não tivesse feito uma paródia da música "Pelados em Santos" dos Mamonas Assassinas para as frações de matemática, ou não tivesse me escangalhado de rir no Shopping Iguatemi falando de super machos e super fêmeas, ou não tivesse quase quebrado as costas tentando fazer parada ponte no seu quarto para incrementar a nossa dança do Festival Criativo com a música da Shakira ''Whenever, Wherever'', ou tentado fazer um jogo de Twister de papel e depois da primeira rodada ele estar todo rasgado (óbvio, como a gente não pensou nisso??) ou quem sabe ter descoberto a primeira pessoa que você gostou apenas olhando para os teus olhos...
É amiga, presenciamos uma na outra nossas fases negras e fases de tranformação quando eu fiquei pela primeira vez antes de você ou quando você namorou antes de mim, nossas conversas de horas no telefone sobre coisas que só nós entendíamos, nossas trocas de maquiagem, recreios conversando só eu, você e Lolo, noites do pijama uma na casa da outra, nomes escritos na palmeira da sua casa e festas de aniversário que era fichinha uma e outra estar, senão não tinha graça.
São tantas memórias que dá para escrever um livro, coisas boas e ruins que passei com alguém que nunca, nunca mesmo briguei, que admiro e me divirto toda vez que vejo e que sei que posso contar a hora que eu quiser, mesmo nas madrugadas a noite como naquela vez fatídica que ficamos no telefone quase duas horas comigo chorando compulsivamente.
O tempo passa e o carinho e a afeição continua o mesmo por essa magrinha que tanto gosto e que não falo com tanta frequência assim de uns tempos para cá, porque a vida é assim "ela não junta, ela separa"... Na hora que ela está em casa, eu to trabalhando, na hora que eu chego do trabalho, ela está estudando, são os finais de semana que quando uma viaja a outra tem algo para fazer, distâncias geográficas e de tempo que até hoje faço questão de contornar para continuar cultivando essa amizade linda e louca que temos amiga.
Eu escrevi este post para você por três motivos: o primeiro é para homenagiá-la e te dizer coisas que não dá para fazer toda que formos ao cinema e ao Koni, convenhamos que é uma conversa meio pesada e sentimental que nesses momentos apenas pede risos, fofocas e novidades, o segundo motivo é para pedir desculpas... Desculpa pela ausência às vezes, morro de saudades suas e dos tempos que trocávamos milhares de bilhetinhos durante a aula, das cartinhas fofas falando o quanto uma adorava a outra (até hoje tenho elas guardadas num caixa ^^) e do quanto foi difícil pra mim admitir para você de quem eu estava gostando na oitava série, lembra? E te agradecer amiga, obrigada mesmo, por tudo que já fez por mim, por sempre me defender me tratando como uma filha ou irmã mais nova, pelos conselhos e principalmente puxões de orelha, por me aguentar todos esses anos, por me ouvir e falar comigo, pela presença e carinho, pelas viagens à Araruama, Rio Bonito, Teresópolis e Iguaba que adoro! Por você existir na minha vida e me considerar também a sua melhor amiga, saiba que isso é muito importante para mim, você é muito importante para mim.
Obrigada xuxu com "x", a minha pessoa assim como a Meredith e a Cristina em Grey's Anatomy, lembra? =)
Grande beijo

30 Days Letter Project

Foi na semana passada que vi esta proposta no blog da Nanda Azevedo e que de cara gostei, pois além de ser um daqueles posts que dá para você escrever coisas que geralmente não fala com tanta frequência para as pessoas de cada tópico ainda faz você pensar e fazer um balanço geral das pessoas e coisas que influenciam e muito na sua vida. Por essas e outras declaro hoje o primeiro dia da primeira carta que irei enviar a 30 pessoas em 30 dias, isso é claro se eu seguir o cronograma direitinho, coisa que eu até vou me forçar a fazer para ficar mais legal.
Mal posso esperar para eu mesma me surpreender com os destinatários óbvios ou não que estão para vir nestas próximas cartas. See you!

Day 1 — Your Best Friend (seu melhor amigo)
Day 2 — Your Crush (sua paixão)
Day 3 — Your parents (seus pais)
Day 4 — Your sibling (or closest relative) (seus irmãos ou parentes próximos)
Day 5 — Your dreams (seus sonhos)
Day 6 — A stranger (um estranho)
Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush (seu ex-namorado/amor/paixão)
Day 8 — Your favorite internet friend (seu amigo da internet favorito)
Day 9 — Someone you wish you could meet (alguém que você gostaria de conhecer)
Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to (uma pessoa que você não conversa tanto quanto gostaria)
Day 11 — A Deceased person you wish you could talk to (uma pessoa falecida com quem você gostaria de conversar)
Day 12 — The person you hate most/caused you a lot of pain (a pessoa que você mais odeia/que te causou muita dor)
Day 13 — Someone you wish could forgive you (alguém que voce deseja que te perdoe)
Day 14 — Someone you’ve drifted away from
Day 15 — The person you miss the most
Day 16 — Someone that’s not in your state/country (alguém que não está no seu estado/país)
Day 17 — Someone from your childhood (alguém da sua infância)
Day 18 — The person that you wish you could be (a pessoa que voce deseja ser)
Day 19 — Someone that pesters your mind—good or bad (alguém que rode sua mente - pro bem ou mal)
Day 20 — The one that broke your heart the hardest (a pessoa que quebrou seu coração da pior maneira)
Day 21 — Someone you judged by their first impression (alguem que voce julgou pela primeira impressão)
Day 22 — Someone you want to give a second chance to (alguém pra quem voce deseja dar uma segunda chance)
Day 23 — The last person you kissed (a ultima pessoa que voce beijou)
Day 24 — The person that gave you your favorite memory (a pessoa que te deu a sua memoria favorita)
Day 25 — The person you know that is going through the worst of times (a pessoa que voce sabe que vai estar ao seu lado nas piores horas)
Day 26 — The last person you made a pinky promise to (a ultima pessoa pra quem você fez uma promessa)
Day 27 — The friendliest person you knew for only one day (a pessoa simpatica que voce conheceu só por um dia)
Day 28 — Someone that changed your life (alguém que mudou a sua vida)
Day 29 — The person that you want tell everything to, but too afraid to (a pessoa pra quem voce tem vontade de falar tudo, mas tem medo de)
Day 30 — Your reflection in the mirror (seu reflexo no espelho)

terça-feira, 29 de junho de 2010

novela da vida real.

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Seattle - Avishai Cohen Trio
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Nós sempre achamos que a nossa vida não mereceria um Grammy, ou um Emmy ou quem sabe até um Tony pelo simples motivo do cotidiano ser taxado erroneamente de chato. É a rotina de ir para faculdade, ou para a escola, ou para o trabalho enfrentando o Buda do comum que é o trânsito até esses locais, ócio nas tardes de domingo, e noites meio sem graças de quarta-feira onde dormirmos cedo só por não estar passando nada de interessante na TV.
Digam a verdade, se fôssemos Bruce Willis num helicóptero em chamas, Penélope Cruz nos filmes de Almodóvar, digitalmente desenhados em 3D ou Gene Kelly em Paris onde coincidentemente todos da cidade sabem cantar a mesma música não daríamos valor as pequenas coisas do dia-a-dia como um Oscar de melhor fotografia por perceber que a iluminação da sua rua está diferente só porque a maior árvore dela foi podada, um Grammy de melhor música tema em ir para o trabalho de ônibus ouvindo Avishai Cohen Trio, e um Tony na melhor atuação drama por brigar com a sua mãe. Isso tudo é tão... Comum.
"A vida é um palco" como bem dizia Charles Chaplin e os conceitos de mimesis, catarse e verossimilhança no Teatro onde a representação de algo ''comum'' causa um sentimento no espectador de identificação com a personagem. Acho que é por isso que almejamos tanto a tragédia quanto a comédia da vida, afinal ela é feita disso e segundo a ciência da psicologia nada mais normal do que esse processo de identificação e desidentificação com ''heróis'' nos quais nos parecemos, queríamos ser e que não desejaríamos de ter. Então essa coisa de não dar valor às coisas mais triviais do dia-a-dia é uma negação de tudo o que você vai ser e será, pois é assim que acontece, se não damos valor ao nosso próprio roteiro como teremos vontade de próprio dirigi-lo? Tudo começa por aí, em ser a protagonista ou a melhor amiga, em ser um diretor/roterista e com isso tomar as rédeas da sua própria história e detalhes visuais e de impacto que fazem toda a diferença na obra final.
São coisas triviais como o primeiro dia de aula do seu filho como na animação Procurando Nemo, conversar com os amigos bebendo vinho como em Sideways, terminar com alguém como em O Diário de Bridget Jones, ir a um show como em Quase Famosos ou ter um filho como em Junior, bem... Nem tanto assim, mas sei lá né? Todas essas representações que vemos através do cinema e teatro nada mais são do que inspirações do que já aconteceu com você, o que acontecerá ou está acontecendo, o que nunca irá acontecer, o que gostaríamos que acontecesse e todos os outros tempos verbais para isso, basta só nos tornarmos diretores/roteristas e principalmente personagens principais do nosso próprio roteiro para que no final possamos não concorrer no hall da fama do ''e se eu...'' patrocinado por Deus, Alá, Buda, Maomé ou qualquer outra entidade participante. Só não vale ficar triste como eu que quando completou 11 anos achou estranho a carta de Hogwarts não ter chegado... Mas quem sabe né? Ainda ninguém provou nada...
Na verdade sempre soube dessa auto-ajuda barata de quinta, mas me toquei melhor disso depois que conversei com uma amiga sobre uma história que ela quer fazer se baseando em todo o ensino médio da nossa escola, do primeiro ano ao terceiro de coisas que aconteceram com cada estudante real que estudou lá e eventos que envolveram eles e a escola em si. Porque sim! Houve coisas cotidianas, absurdas, divertidas, tristes e comuns que fariam Woody Allen morrer de inveja. Sempre há.
São histórias de amor cinematográficas de todo o tipo e para todos os gostos: as articuladas pelo destino, à primeira vista, à segunda vista, a la Jota Quest do ''porque o amor pode estar do seu lado", as de não ter uma história de amor cinematográfica, as tristes e longas, as felizes e curtas, as de nunca encontrar a pessoa certa, as de sempre encontrar as pessoas erradas, as de infância e as que ainda vão acontecer na continuação da franquia. São barracos históricos de amigos sem se falar, amizades sacrificadas, guerras frias, alfinetadas e momentos tensos que se não tivessem resultados tão desastrosos dariam grandes chances de se ganhar a Palma de Ouro em Cannes no quesito drama. São momentos comédia que vão do sarcástico humor inteligente às piadinhas sem graça comendo pizza, do humor negro ao escrachado durante uma aula ou mesmo sozinho em casa num sábado à noite e acontecimentos inteligentes onde o que não era para ser divertido acaba conquistando todo mundo.
Tenho certeza que você que está lendo se identificou com algum desses exemplos tirando o fato de eu ainda não ter mencionado os jantares em família como O Poderoso Chefão, ler algum livro como no O Clube de Leitura de Jane Austen, fazer sexo como no O Último Tango em Paris e o basicão de todos: dormir, como em praticamente todos os filmes que já foram produzidos. Escrevi este post ver se consigo introduzir pelo menos um pouquinho de valor na nossa própria existência meio sem graça às vezes porque não teremos um carro que vire um robô, ou muito dinheiro que nos faça virar um super herói ou poderes mágicos, o que é uma pena, mas sim valorizar a parte acessível a isso tudo que podemos construir para nós mesmos mesmo que soe um pouco surreal você imaginar certas missões para você durante o dia, afinal a vida é sua, você que decide qual gênero você quer para a sua própria história, depende apenas de você fazer dela um dramalhão xarope onde a mulher morre de fome no Tibete junto com a sua lhama, um filme comercial onde todos vão ver, um filme com conteúdo, um filme de comédia-romântica que já imaginamos o desfecho desde o começo ou quem sabe uma aventura eletrizante com carros super legais que fazem drift, mas aí é com o juízo de cada um...
A partir de agora dê mais valor às pequenas coisas a sua volta porque é delas que saem os diferenciais na hora de se escolher a melhor direção, atuação, roteiro, fotografia, trilha sonora e ''efeitos especiais'' que com certeza se não as tivesse vivendo, sua existência seria completamente diferente... Click.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

meio diferente.

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The Cinema Show - Genesis
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Há muito tempo não escrevo em você... Muitas coisas têm acontecido desde então e apesar da minha promessa em agregar a escrita à minha nova fase, só estou escrevendo quase um mês depois do último post... Em maio! Hoje é junho, 23 de junho e provavelmente o único do mês.
Não é que me tenham faltado assuntos para dissertar, mas é que a falta de uma brecha para por em palavras tudo o que eu penso em horas de ócio (acreditem) é o que me falta. No momento estou numa fase boa e nova que nunca tinha experimentado antes, como o estágio (pois é... estou estagiando pela primeira vez na minha área, não mais limpar privadas e falar good morning sir ou cortar foto no photoshop, apesar de eu também ter gostado de fazer isso, agora é só layout do briefing, a tirinha que eu tenho que preparar para a nova campanha e ficar na frente do computador esperando ordens), férias que na verdade não são férias (por causa do item a cima), uma briga com uma amiga querida (nunca tinha passado por algo tão sério), a falta de presença que tenho estado ultimamente com amigos e principalmente família (desculpem-me...), e namoro.
Pois é... To namorando. No começo era ainda esquisito eu falar para as pessoas que eu estava de fato namorando, afinal a vida de solteira me caia muito bem e eu estava acostumada com isso. Mas com o passar do tempo eu me desacostumei é ficar sozinha, namorar é muito bom, pois além de você ter uma pessoa para fazer certos tipos de coisa que não dá para fazer com todo mundo (XD), se têm as conversas sobre Jethro Tull a Atari, de coisas sérias da vida a Vatsyayana e de carne moída a cachorros; os telefonemas nas madrugadas com insônia; os filmes idiotas que fazemos piadinha depois e só nós entendemos e uma presença que faz toda a diferença na semana.
Pois é...
Minha vida esse ano de 2010 já deu uma guinada legal de coisas novas e que estarão presentes na retrospectiva 2010 em dezembro, acho até que estou fazendo esse texto porque li o post de 2009 no qual disserto sobre as coisas daquele ano e percebi que 2010 não está ficando para trás no quesito importância até agora pelo menos e olha que só estamos em junho... Uma curiosidadezinha - ontem eu estava de bobeira na frente do computador lendo algumas matérias no Wikipédia quando me veio na cabeça: “Qual será o dia da metade exata do ano?” “Humm”, pensei fazendo a conta de cabeça 365 dividido por 2 que é igual a 182,5... “Ok”, joguei no Wikipédia como primeiro chute o dia 30 de junho para ver se ele me informava se aquele dia era o 182° do ano... Não era, na verdade ele era o 181° dia do ano fazendo assim seu sucessor, o 182°, meu campeão. Dia 1° de julho ainda não é a metade exata do ano, mas sua transição com o dia 2 de julho sim, apesar de que se estivéssemos num ano bissexto aí sim seria a metade exata.
Enfim... Tudo isso para mostrar que falta pouco mais de uma semana para a metade do ano e eu já fiz muita coisa de lá para cá. Foram viagens, foram trabalhos, foram coisas na faculdade, foram amizades, fora o namoro nessa quase metade de ano que para falar a verdade achei que seria bem sem graça... Mas me enganei. Tudo bem que eu sinto falta da quantidade de filmes que eu assistia, do meu tempo livre todas as tardes, da minha disposição de fazer qualquer tipo de coisa não importando o dia que eu tinha tido, e de ir mais na casa do meu avô para almoçar, mas também nunca escutei tanta música quanto eu estou escutando agora, nunca viajei tanto em tão pouco tempo, nunca dei tanto valor em ir para o trabalho só observando a natureza para compensar um dia inteiro envolvida em concreto, nunca pensei que poderia me sentir tão confortável e querida por alguém que gosto tanto.
É... Confesso que ando reclamando de barriga cheia, aliás, de barriga lotada prestes a explodir, porque está tudo ótimo, mas ainda sim estranho quando alguma coisa não está dando errado e então coloco assim mesmo alguma barreira. É só me acostumar com a nova fase, porque como toda fase que a gente passa ela não é pior ou melhor, é apenas diferente.

sábado, 22 de maio de 2010

às pazes...

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A Day in the Life - The Beatles
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Esta é a sétima tentativa de começar a primeira oração deste post e provavelmente a última. Acho que desaprendi, com todos esses dias sem escrever, como desenvolver uma ideia e transformá-la em palavras do mesmo modo como a um ano atrás de uns 15 posts mais ou menos por mês que me faziam escrever. Hoje em dia meus meses se resumem a dois poucos textos nos quais ainda peno um pouco para escrever pela falta de tempo, saco e inspiração. Tal constatação infeliz me fez perceber duas coisas não muito legais ao meu processo de produção textual: 1- Escrevo melhor quando estou psiquicamente sozinha e 2- No momento que estou mais feliz nos últimos tempos não consigo reproduzir isso.
Eu estou feliz. Pode até parecer uma coisa mórbida de se dizer, mas acho que nesses últimos dias as coisas têm realmente dado certo em todos os aspectos da minha vida, não só a sentimental, mas como a familiar, como as minhas questões internas, da faculdade (apesar de tudo), da minha casa, profissionais e tudo mais como não havia estado tão bem desde os meus sei lá... Sete anos quando o meu maior problema era saber se eu iria ficar ou não de recuperação em matemática.
Percebi que fiz as pazes comigo mesma e que os meus ditos ''problemas'' são resolvíveis e não mais impossíveis que podiam me matar como imaginava antes a um ano atrás. É engraçado que eles não parecem menores nem insignificantes depois de um tempo, continuam sim algo ainda estranho que tenho medo de chegar perto, mas nada que eu não pudesse contornar. A questão foi que agora confio em mim, o mundo pode cair tudo de novo que apesar da minha personalidade eu voltar a ficar apática e quieta, vou saber lá no fundo que eu aguento, assim como todo mundo sabe que só carrega a cruz que pode carregar.
Sei que é um quase tabu pensar que isso tudo de bom e colorido que está editando meu filmeco expressionista alemão preto e branco sem legendas pode acabar, não gosto nem de falar sobre isso, pois parece até ingratidão, mas sim, de fato, pode acontecer nas melhores famílias. É realmente contar derrota antes do tempo, e convenhamos quem é que sabe disso não? Se soubéssemos o que aconteceria o futuro nem mesmo sairíamos de casa, como já dizia o mito de Pandora tal ignorância fez de nós seres humanos seres com a qualidade da Esperança. O sentimento de que tudo pode dar certo contradiz a entropia no momento no qual você cria uma egrégora boa naquilo que o faz feliz, e dane-se se vai dar certo ou não oras... Velha questão do Carpe Diem que aprendi não faz muito tempo.
Meus momentos de introspecção funcionavam para eu sobreviver dentro de mim tipo reciclando a água suja que eu criava e agora com a nova extroversão está servindo pela renovação do ar pesado das noites em claro em ar puro de novas relações e uma nova ''eu''.
O tempo curto serve para as vezes que escuto música sozinha no ônibus pensando cenas na minha vida e não mais em histórias fantasiosas que queria fazer parte, meus momentos sem saco para escrever servem para na hora de uma vontade de fazer algo, ligar para alguém e de fato fazer alguma coisa e não mais ficar a frente do computador escrevendo coisas que gostaria de fazer e minha falta de inspiração serve agora minha transpiração de tudo de bom que está fluindo em mim, mesmo quando o dia não está dos melhores.
Sempre me lembro de uma frese do filme ''O amor não tira férias'' em que o velhinho roteirista fofo diz para a Íris não ser ''a melhor amiga'' e sim a ''protagonista'' da sua própria vida, acho que pela primeira vez estou deixando de ser a melhor amiga e sendo a protagonista do meu filmeco agora colorido como naquele episódio das Meninas Super Poderosas. ^^ Mas a questão da escrita que é a que eu ainda infelizmente não consegui acoplar na minha nova fase... Mas vou me esforçar, até porque é uma das coisas que mais gosto de fazer, acho que só estou nessa porque meio que substitui uma coisa que me faz bem por outra, basta só reajeitar que dá tudo certo.
Desculpa Laís. É chegado aquele momento em que as duas pessoas se olham e se pedem desculpas por tudo o que fizeram uma a outra... Privação, culpa, medo, apatia, tristeza e pensamentos nada legais que se uma hora vocês estiverem enfrentando com vocês mesmos trate logo de pedir desculpas um ao outro, pois senão vai sentir como se estivesse sempre algo pendente mesmo não sabendo exatamente o que é, mas tenho um palpite que é com vocês mesmos...
Depois de um abraço tudo melhora, os dois se olham e sorriem caminhando de mãos dadas contando tudo o que haviam feito a quase um ano ''de mal'' e ausência.
''E aí? O que tem feito?''
''I saw a film today, oh boy...''

quinta-feira, 29 de abril de 2010

aquele dos sonhos.

Fuxicando meu blog às moscas, pois coitado, larguei de mão completamente meu quase filho de um ano esses últimos dias, reli coisas que escrevi em maio do ano passado e nossa! É realmente muito estranho ver como você pensava, se expressava, sentia e escrevia mudar de uma forma que talvez só você perceba em apenas um ano... Bem, quase um ano.
Estava me divertindo com antigas neuras, histórias que nunca mais escrevi, fatos que aconteceram, pessoas que sumiram e um post antigo com apenas um comentário de uma amiga... ''top 20 (dreams)''. Nem me lembrava dessa listinha que fiz só para dizer que no meu blog tinha uma listinha de alguma coisa apesar de eu ser péssima para listinhas, afinal até que não me acho indecisa e sim muito eclética por gostar de muitas coisas e ficar com peso na consciência depois por ter esquecido de colocar algo lá. Ok... Reli a listinha dos meus vinte maiores sonhos possíveis (?) e após cada palavrinha que era digerida por mim, me dei conta que alguma coisa tinha mudado... ''Eu já fiz isso'' foi a minha primeira reação.

1- Fazer uma viagem sozinha. (Bem, apesar de eu ter viajado com uma amiga, podemos considerar o meu intercâmbio para a Califórnia como uma ''viagem sozinha'', não é? Afinal minha mãe não tava lá para pagar aquele cardigã que eu adorei, nem meu pai para brigar comigo quando atravessei a rua sem olhar só por estar admirando as novas paisagens, nem a minha irmã para fazer bagunça comigo no avião à meia-noite enquanto todo mundo dormia.)
2- Sentar na primeira fileira da estréia do meu filme e ouvir aplausos no final. (Segunda coisa bizarra que quando li falei ''caraca''... Tem o Cel.U.Cine! Meu filmeco amador e sem jeito que foi selecionado para esse festival de curtas concorrendo com gente grande e ainda tendo a honra de escutar que o meu trabalho foi ''sensível, lírico, toda vez que vejo gosto mais''. Apesar do que eu não estava sentada na primeira fila, e... Meu filme não ganhou... Tudo bem, não queria mesmo.)
3- Ter uma música inspirada em mim. (Achei que eu iria morrer sem ter o prazer cinematográfico de ter uma música inspirada em mim, mas eu me enganei. Minha irmã sabe que eu adoro valsinhas, aquele estilo de música no violão calminho como na música de Julie Delpy em ''Antes do pôr-do-sol'', então fez uma musiquinha muito linda e que eu fiquei toda boba no dia. Sempre achei que seria como na minha história em que a mocinha descobre que a música é para ela quando o mocinho ao cantar um palco circular que gira, arranca todos os cabos sem querer enquanto cantava rodando em círculos olhando para os olhos dela lá parada, mas tá lindo! Obrigada bebê.)
4- Concluir de uma vez por todas os ensaios, histórias, roteiros, peças e contos inacabados que lotam minhas gavetas. (Então... Por falar em histórinhas minhas... Uma coisa de cada vez né gente? To muito enrolada ultimamente além de eu estar uma fase mais roterista que propriamente escritora, e é muito frustrante você borbulhar ideias na cabeça e não ter a técnica para isso, aí me desmotivo... Resumindo: Pendente.)
5- Cantar apontando para alguém na platéia. (Tá aí uma coisa que fiz e que lembrei na hora desse texto! Foi da vez que fui num aniversário num karaokê com banda e ao cantar ''Você não vale nada mais eu gosto de você'' com um amigo, apontei para o pessoal lá embaixo, mas sem especificar quem... Vale?)
6- Chutar o balde que contém todos os meus medos. (Olha... Esse foi o momento emo da listinha que na época tinha tudo a ver e tal, mas depois que passa a gente vê que o esforço, esforço consciente para que isso acontecesse não foi utilizado e sim o ''viver'' como já deveria ter sido. Não sei se foram todos, mas que eu derrubei uma boa parte no chão e fiquei olhando depois para tentar descobrir o que era, sim.)
7- Ter um episódio na vida que daria um ótimo filme antigo em preto e branco. (Ahhh! Isso com certeza teve! Especialmente em 2009, meu ano mais EU que tive, onde o que consigo lembrar com mais detalhes foram dígnos de um vestido à la Scarlett O'Hara, Bergman e uma música do Nino Rota. Tirando o ''jogo da verdade'' que foi bem século 21, senão seríamos todos queimados na fogueira. Tá, esse momento pode ser no mínimo um cult metido a besta em sépia.)
8- Aprender de uma vez por todas as músicas que eu enrolo. (Xi! Essa eu não aprendo de nenhum jeito gente... Não é possível, só pode ser um distúrbio que os médicos ainda não encontraram a doença muito menos o remédio. Resumindo: Pendente.)
9- Ler todos os livros que eu quero ler. (Esse ai é Mea Culpa, Mea Maxima Culpa. Estou muito relapsa com livros, lembro de ter lido poucos que estavam na minha listinha mental que só aumenta como: Admirável Mundo Novo, Otelo, O Símbolo Perdido, O Clube do Filme, Desista! e olhe lá... tsc, tsc, tsc.)
10- Dirigir um daqueles carros-monstro. (Esse aí foi por falta de oportunidade, põe só um caminhão-monstro para alugar tipo Kart para ver se eu não vou?)
11- Chegar numa loja e falar: "Eu vou querer tudo". (Esse eu fiz! Por incrível que pareça esse tópico achei que nunca iria realizar de fato. Mas basta você trabalhar durante três meses guardando boa parte desse dinheiro e depois poder gastá-lo numa loja em Nova York pedindo de fato tudo, eu disse tudo o que você quiser... Bons tempos de rica.)
12- Ter uma personagem nos Simpsons. (ou quem sabe um anime) (Eu acho que os Simpsons não vai rolar, mas o anime sim! Na verdade um mangá que é um anime em figuras de quadrinho que a minha amiga tá fazendo e que tenho uma personagem inspirada. Suteki!)
13- Aprender um instrumento musical e ter talento para isso, e aí sim ter uma banda. (Eu até que tentei teclado e violão, mas tô longe ainda...)
14- Escrever um livro (mais de um no caso). (''RT'' para o tópico 4)
15- Sair dirigindo um dia e parar só quando a gasolina acabar. (Só me falta uma coisinha pequenininha que se não fosse contra lei e eu não fosse para a cadeia por isso já teria feito a muito tempo: carteira de habilitação. Resumindo: Pendente.)
16- Viver em Nova York. (Só uma questão de tempo my friends.)
17- Encontrar meu Ying Yang. (Eu até que encontrei! É literalmente do tamanho de uma moeda de 25 centavos e vai ficar no meu ombro direito assim que eu tiver grana para pagar essa tatuagem.)
18- Parar de imaginar, sonhar e pensar coisas que não me fazem bem, mas que mesmo assim as faço para me martirizar por alguma razão que ainda desconheço. (Xi! Esse é difícil também... Resumindo: Em manutenção.)
19- Praticar Le Parkour. (Se valer saltar e pular de pedras numa cachoeira ao invés de prédios e praças, então sim! Se não... Bem, ''RT'' para o tópico 10)
20- Escutar "eu te amo". (Resumindo: Pendente.)

terça-feira, 6 de abril de 2010

a teoria das galochas.

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It's The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)
R.E.M
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Bastou-me apenas uma visão para que a minha vontade de escrever voltasse novamente desde o dia 15 de março... A fotografia de uma boneca sem roupas caída em meio a lama na rua veio para mim como Robert Capa na guerra, sem querer me deixei tocar pela trágedia ao invés de temas lindos e felizes que me vieram à cabeça a semana toda. Apesar de não faltarem assuntos a se falar desde que eu cheguei ao Brasil, o desânimo para fazer qualquer coisa me tomou de tal maneira que não conseguia nem me expressar...
Desde de ontem a noite, o Rio de Janeiro enfrentou algo nunca visto com tanta intensidade nas últimas décadas, a chuva que se abateu contra palmeiras, ruas com má infra-estrutura e cariocas despreparados causou mais do que dor de cabeça nas pessoas que as estavam enfrentando, como uma coisa tão bonita ao meu ver de manhã que caía do céu branco opaco pode causar tanta destruição por ser simplesmente... água?
Logo pela manhã meu humor já não estava muito para ir à faculdade e quando as autoridades aconselharam a gente a ficar em casa achei que seria uma boa deixa para se fazer absolutamente nada, mas na hora não me toquei que esse nada era realmente NADA. O tédio nesses últimos dias já me acompanhava numa semana que pelo menos tinha a faculdade para preencher 1/3 do dia, mas hoje não havia nada, apenas a chuva, minha rua alagada, repórteres surtando, uma dvdoteca que já cansei de ver e uma SKY que não passava nada de interessante. Ok... Não era tão legal quanto eu imaginei. Durante um tempo consegui me sedar vendo programas que não queria ver, me maquiando para testar a nova maquiagem (...), separando as cartas do baralho em ordem alfabética de naípes e númerica crescente, vendo a chuva diminuir pela janela da sala e tentando convencer a minha mãe gripada e irmã sem paciência a jogar Scotland Yard, nada feito... O problema não era o ficar sem fazer nada, e sim a caixinha de Pandora que está a minha cabeça ultimamente, o ócio para mim está um perigo, metaforicamente poderia dizer que é a chuva que cada vez mais chove dentro de mim me fazendo afogar em mim mesma. Precisava sair... Andar à ermo.
Já tinha parado de chover quando vesti as minhas galochas que vão até os joelhos e peguei a minha bolsa com o Ipod e dinheiro para alugar um filme na locadora que na verdade nem sabia se estava aberta ou não, mas para falar a verdade queria mesmo é dar uma volta. Era tanta a tragédia que anunciavam que fiquei até sufocada, precisava de ar. Enquanto andava e escutava música via os estragos que a chuva havia feito durante toda a sua atuação: lama, lixo, lojas fechadas, parecia um final de domingo chuvoso em final de campeonato Fla x Flu no Maracanã. Era triste por causa das mortes e pessoas desabrigadas, mas sem querer uma Amelie, ou quem sabe Pollyanna ou até mesmo a Lilly Allen naquele clipe baixou em mim e achei até que bonita a cena... Homens do Apoio ajudando velhinhas a pular as poças d'água, vizinhos se mobilizando para limpar as calçadas todas sujas de terra, o céu branquinho branquinho com minúsculos pontinhos decantando sob minha cabeça parecendo floquinhos de neve, a criança que se soltou da mão da mãe só para colocar o pé no lodo mesmo depois levando uma bronca da própria e a foto que não tirei não sei porque da boneca caída no chão. Parece que eu tenho quase que uma necessidade empírica de poetizar as coisas e torná-las, não sei, coloridas apesar das fotografias de Capa serem em preto e branco.
É quando ninguém mais vê beleza num lodo que nasce um lótus que nos faz perguntar o porque nos tocamos com coisas que a primeira vista são um caos e para que elas se apaziguem dentro da gente devemos achar o lótus desta própria coisa... É quando há apenas poças que a única diversão tirada é a de usar galochas e andar sob elas. Tenho a teoria de que todo mundo devia ter pelo menos uma galocha... Acho que é esse o grande remédio da depressão humanitária que só faz prender as pessoas dentro delas mesmas, o sentimento diário de se auto regular e privar de certas coisas que deveria ser levada ralo abaixo pelo uso de galochas na chuva. Nada mais libertador do que enfiar com toda a sua força a galocha na poça dando de primeira aquele sentimento de estar fazendo uma coisa ''tabu'' só que na verdade não atinge você de fato.
Não entendo essa humanidade que cismou de se guardar por acanhamento e acomodação, seria mais saudável ter pelo menos uma válvula de escape qualquer seja ela gritar do nada no meio da rua, fazer o que gosta mesmo com meio mundo contra, ficando sozinho, acompanhado ou até mesmo andar à ermo como num clipe passando por poças, lamas e lixos como se fosse a coisa mais normal do mundo para depois ao chegar em casa e levar a pobre coitada da galocha direto para o tanque.
Terminou com um verbo que não deveria estar começando este parágrafo, numa locadora surpreendentemente aberta para este domingo chuvoso disfarçado de terça, fui pegar pelo menos dois filmes para me atualizar e tornar esse fim de tarde mais prazeroso, mas devo confessar que minha ideia de gênio não foi de tão genial assim porque outros gênios tiveram a mesma ideia que eu ficando junto comigo na fila em pelo menos vinte minutos... Mas tudo bem, já estava bem melhor. O mundo podia estar acabando lá fora, mas pelo menos o meu fim de mundo interno ficou um pouco preso sob a terra dos asfaltos limpando em água suja algo que estava bem mais preto do que ele.

segunda-feira, 15 de março de 2010

farewell.

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O Ministerio dos Blog's adverte: Devido a um texto muito grande e a um bom conselho de um amigo querido, acatei a ideia de colocar uma musica tema que tenha a ver ou nao com o texto que e lido. Como esse texto e demasiado grande indico logo um album para nao ter erro.
Hopes and Fears - Keane
=) obrigada.
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''A minha ultima visão do Rio foi quando virei para trás e vi a minha mãe chorando... não aguentei, chorei''. Parece que faz seculos desde quando as onze da noite numa terça-feira deixei dezenove anos e meio de historias no pause e dei play numa historia paralela a ela de exatos 90 dias vivendo em um outro cenário, com novas personagens, numa nova trama, mas com a mesma personagem principal, mas agora não mais Lais e sim Layz.
As vezes esqueço que estou aqui em Garberville-Califórnia-fim-de-mundo, três meses e muita coisa e ao mesmo tempo pouca coisa para se viver brincando de gente grande numa conjuntura nunca visitada por mim. Nunca achei que teria a forca que tive, que teria o jogo de cintura que tive nem que saberia lidar com questões que lidei de uma forma tao natural e madura que já não sabia que existiam em mim, mas que precisavam de um vale cor-de-rosa no por-do-sol, um rio azul calmo e marrom quando veloz, das montanhas verdes ao se observar de longe, das noites escuras e estreladas de madrugada e um céu branco pela manha para aflorarem nesse meu coraçãozinho com novas cores.
Somente quando se esta ''sozinho'' e que percebemos o quanto coisas de um passado recente nos faz falta ou saudade. Somente nesses lugares isolados nos damos conta que expressões tao usualmente empregadas no mesmo sentido tem significados tao diferentes... Sentir saudade por mais que pareca algo ruim se se acostumada com ela acaba se tornando algo bonito, um tipo de nostalgia gorda e fria que gostamos de lembrar e remoer na cabeça pequenas coisas como o meu quadro de fotos, o cheiro da cama da minha mãe, as ligações incessantes de amigas, idas ao barzinho, minha faculdade... Saudade acabou se tornando algo bom pra mim, já não dói mais, agora e só um sentimento bom causado por gostar muito de algo que veio antes, um sentimento ate saudável de se sentir. Mas há a falta... Falta não e legal. Falta não e como a saudade que só basta você contar para alguem coisas que passou, rir ou chorar que ta tudo bem... A falta não tem como tapear, você sente e ponto, não tem como substituir nem se enganar, a saudade você sente e não percebe, a falta você também sente, mas não consegue sossegar ate ter uma fagulha desse algo que te atormenta que pode ser tanto uma ligação quanto um recadinho no orkut perguntando como você esta.
Ta acabando... Alias, já acabou essa minha vida paralela que surgiu para mim como um bote salva-vidas no começo e um ''porque eu to fazendo isso mesmo heim?'' no final antes de vir para cá, porque a vida e esperta... Te prega peca quando você menos imagina, antes e depois. A peca preparada para mim eu não poderia ter pedido melhor porque não seria possível, um sorriso vem em meu rosto só de lembrar das coisas que vivi aqui, das pessoas que conheci, das experiencias as quais passei, das compras que fiz, das visões, de tudo mesmo. Foi... Divino. Uma das experiencias na minha vida mais maravilhosas e que nunca vou esquecer.
Cada pedacinho daqui tem a sua historia comigo e o mais bonito e que as pessoas que virão depois de mim não saberão que deitei neste canto direito da cama, não saberão que fui eu quem destruiu a lanterna do trailer numa batidinha de carrinho de golf, não saberão que fui eu quem limpou aquele quarto sujo e bagunçado pra caramba, não saberão que o canal 34 de clássicos me fazia companhia de manha, não saberão que a cortina da sala só pode ser aberta para baixo porque se aberta para cima pode emperrar, não saberão que os furinhos na cortina do lado direito do quarto são devido as fotos que pendurava ali, que a mancha no teto foi porque eu coloquei um incenso preso ao cartaz da Marilyn, que no chão da sala há um pontinho fundo no carpete por causa da goteira, não saberão do sapo fossilizado debaixo do sofá.
Rua G Avalon 78 trailer 76 tem ¼ da minha vida em 2010 e só agora botando assim no papel que me dou conta o quanto isso e tempo em relação a um ano. O Leandro um dia me disse uma coisa bem verdade desta cidade em que vivo: ''aqui não e um lugar para as pessoas ficarem, aqui e um lugar de passagem, o mais bonito e que elas vão e vem toda hora''. Garberville foi mais um nó na minha linha cronológica de acontecimentos marcantes e divisores de agua que não nos modificam e sim nos renovam. De alguma forma eu tinha que vir pra cá aprender, conhecer, evoluir e pensar...
Aprender a me virar sozinha, viver de mentirinha coisas reais da vida, aprender a ser Lais Carvalho dos Santos numa conjuntura onde ninguém me conhecia de verdade e tomar para mim que eu sou bem mais do que eu achava ser quem era. Conheci russos, argentinos, novaiorquinos, suíços, luisianos, canadenses, mineiros, guatemaltecos, mexicanos; pessoas diferentes que vou levar ótimas lembranças, coisas boas e ruins.
Evoluir como pessoa que sou, o ser menos ''aquela coisinha fofinha inocentezinha menininha'' e me tornando mais mulher de fato, não que eu tenha deixado de ser, mas agora de uma forma mais madura e racional, adulta que antes. E e claro, evoluir no inglês, ''impruvar'' como dizemos aqui também.
Conhecer lugares novos, conhecer novas pessoas, me conhecer de fato. E pensar... Pensar, pensar, pensar. O ócio de uma cidade de interior faz isso com a gente apesar de eu já fazer muito isso mesmo numa cidade grande. Pensar e ouvir, para ser mais exata, minhas 4993 musicas ''roubadas'' de todo mundo daqui. ^^
Ai ai... Ta acabando. Alias, já acabou. Não posso deixar de sentir uma dorzinha no peito ao olhar pela janela e ver pela ultima vez algo que provavelmente nunca ninguém que eu conheça vá conhecer. Parece que o magico desse lugar e ele ser de alguma forma um sonho bom, como se eu estivesse em coma... Perai, e se eu estivesse em coma e tudo isso não passasse de um sonho e que as pessoas do ''outro lado'' que conversam comigo pela internet ou telefone na verdade falam comigo no hospital como no filme ''Fale com Ela''?
Estou prestes a acordar... Parar de sonhar nos sonhos, voltar... A dorzinha volta só de lembrar, quem diria que aquela menina que no começo chorava de saudades e certas vezes nem entrava no computador para não ficar pior, agora e essa mulher olhando com olhos baixos a mesma cena sentindo saudades do que viveu desde o dia 15 de dezembro de 2009? Sabe... Acho que fui a única dos estudantes daqui que não pediu para ir para casa, das vezes que pedi, pois o trabalho tava um saco ou estava muito cansada me referia a minha casa daqui: Rua G Avalon 78 trailer 76. Estranho eu estar indo embora de casa para ir para a minha casa...
Saudade... Acho que vai ser esse o sentimento que vou levar daqui e que vou contar aos meus filhos como se fossem historinhas de ninar: sua mãe já andou de bicicleta numa alto estrada com caminhões imensos passando ao largo enquanto ela pedalava de encontro a eles, ela também já andou num rio de meias e jeans depois teve que fazer todo o caminho de volta pra casa no mesmo estado pois seu tênis apenas tinha uma semana, sabiam que ela já bateu de carrinho de golf duas vezes uma na grama e outra no próprio trailer destruindo a lateral, que ela e os amigos foram parados por um policial na auto estrada pelo limite de velocidade de 86 milhas por hora mais ou menos 145 km/h (não façam isso!), que ela e a amiga um dia abriram a janela da sala e dançaram antes de ir trabalhar fazendo um show para todo mundo que passava só porque estavam muito felizes, que após um dia de trabalho muito cansativo e estressante ela e mais duas amigas conseguiram rir bastante da situação e na volta para casa, como lua estava ''indecente'' de linda toda cheia e baixa, decidiram dar uma de malucas e invadir o campo de golf molhado pela chuva do dia anterior e ficar sentadas la conversando, vendo a lua e comendo as castanhas que sua mãe encontrou num quarto em que o hospede havia esquecido, que tinham vezes quando estavam muito cansadas depois do jantar e ainda trabalhando ela e a tia Alice traduziam musicas em português para inglês e ainda ensinavam aos gringos como canta-las assim como expressões fichinhas que estavam na boca de todos como os neologismos: vacuuar = de vacuum, aspirar; impruvar = de improve, aperfeiçoar; catch the way = pegar o jeito; cow hand = mão de vaca; go in one foot and back on another = ir num pé e voltar no outro; be with the monkey = estar com a macaca, dress the T-shirt = vestir a camisa... hahahahhahaha Very good = muito bom. Saudades já...
Vou levar comigo para sempre o ''finish for me'' do Humberto com suas mãos sempre se mexendo ''não tendo erro não'', sua fome de 20 mendigos e sede de 10 camelos e sua paixão, assim como a minha, por marcas... Marcas não, marcas ''pro xilindró''! Grifes! As mãos mais bonitas que já vi da Marina com suas musicas argentinas decoradas e a historia de amor mais linda (e real) que já ouvi na vida a qual quase peco a ela para adaptar e escrever sobre. A Raissa e o seu aniversario que nunca vou esquecer ate porque e o mesmo que o meu, das conversas sobre qualquer assunto e o sotaque que me pegou mais do que o americano como ''nu'', ''trem'', ''jacu'', ''barango'' e o ''sô'' que adoro. Vou lembrar sempre do Leo morando aqui em casa durante um mês e meio mais ou menos que de manha era sempre eu ou ele que fazia café da manha para a galerinha do mal daqui de casa, das conversas filosóficas da bíblia ao suicídio, de Pink Floyd a natureza, de coisas da vida a besteiras. E da Lice... Minha roommate topa tudo preferida ''pra caralho tres vezes'', de risos escangalhados antes de dormir a choros por raiva, de fazer dieta a tomar leite com Hershey's com chantilly com calda de baunilha e ainda de quebra um sorvete de creme, de ver tumor no Discovery Home & Health a desenhos no Disney Channel, a dupla infalível da Fadinha e a Anti-heroína!
Nossa... Que saudades eu vou sentir de chegar para fazer o lobby as sete da manha e escutar ''well, well, well (pausa dramática de uns dez segundos) morning-morning-morning'' como primeira coisa vinda do Kevin, o ''chato'' mais legal do Benbow; o famoso ''ladies'' bem lento e sarcástico do meu chefe Hugo sempre que a gente era pega em flagrante fazendo algo supostamente errado para ele ou quando em nossos days-offs morríamos de medo dele bater em nossa porta com aquele jeito que só ele batia para nos convencer a trabalhar quando não queríamos, mas assim mesmo assim trabalhávamos devido ao seu poder de persuasão incrível e nossa mão-de-vaquice; das vezes que ia no deck, na floresta ou o banco fora de casa para escrever e ouvir musica; das vezes que ia tomar banho no market (3140) mesmo com zero graus la fora e detalhe: de chinelo; da vez que de uma hora para outra o RV Park ficou rosa devido as flores de cerejeira que floresceram sem folhas; das sociais nos trailers dos outros comendo e bebendo as coisas dos outros na maior cara de pau; do pântano que surgiu sozinho na frente de casa; do coaxar dos sapos a noite; de só ter duas colheres em casa ao ponto de quando tomávamos sorvete eu e a Alice começávamos enquanto o Leo esperava uma de nos acabar para pegar a colher; das flores que cresciam na grama sem graça e que ninguém as arrancava de la; das pedras de Blair; dos queijos e vinhos ao som de blues e jazz ''très chic''; da botina de trabalho da Alice que a fazia cair todos os dias; da festa de despedida da Marina na qual eu (um pouquinho feliz demais) enquanto cantava uma musica que agora não me lembro cai na grama de maduro mesmo, ria tanto que demorei para me levantar e as meninas que estavam comigo riam tanto também e tava tao escuro que ate me acharem eu já tava toda suja de terra no chão... Good times.
São nomes como Bonnie, Tessa, Rachel, Carl, Jenna, Asheena, John, Rob, Robert, Michael, Emily, Sugey, Kevin, Cindy, Hugo, Camille, Ivan, Tatiana, Meg, Marguerite, Raul, Sean, Lonnie, Bambi, Kenneth, Jamie, Casey, Vanessa, Delbert, Steve, Dave, Cathy, Melissa, Mike, o outro Mike, alem do brazillian team e a nossa argentina preferida que nunca vou esquecer, uns não fazem ideia o quanto gosto mesmo com outros não simpatizando tanto assim com a gente, mas tudo bem, we ''dress the T-shit'' for all of you guys. Obrigada.
Esse lugar não existe... Onde mais eu tenho um rio de verdade (e limpo) quase na porta de casa, onde a maconha e quase e legalizada como a coisa mais normal do mundo, onde toda hora que olho para as arvores de cerejeira vejo pétalas rosas caindo, onde só tem velhinhos fofos e felizes com seus amigos e companheiros de viagem de trailer, onde tenho um por-do-sol lindo todos os dias, onde há pedras ao invés de areia branca na praia, onde há o pacifico, onde as arvores são gigantes porque o céu se apaixonou por elas e agora chora para que de alguma forma elas o alcancem, onde tem terremotos assustadores, onde a nossa diversão de cidade grande se baseia num único shopping a uma hora e meia da onde estou, onde você pode pegar o carrinho de golf e dar umas voltas por ai para treinar a direção (to muito melhor, juro!), onde a única coisa dublada que temos são os filmes baixados no computador, onde há dias de ''bolinho-day'', onde pude aprender mais sobre yoga, Deus e a ''bible'' querendo ou não, onde posso cantar Katinguele, E o Tchan, Angelica e Molejo ao tomar banho com a amiga e ainda receber elogios das mocas que esperavam a gente a acabar o banho dizendo que as musicas eram muito legais (…), onde de fato houve mais dias felizes que tristes.
Farewell morar sob rodas, farewell meu lugar dos sonhos, meu fim de mundo preferido. Nunca vou me esquecer dos seus dias azuis, brancos, cinzas e rosas, das suas pessoas simpáticas e áurea zen. Creio que e adeus mesmo, sei que nunca mais vou voltar para cá de novo, não porque eu não quero, mas de alguma forma eu sei que e a ultima vez... E triste tirar um pedacinho do meu coração e deixar sob o solo fofo das Redwoods, mas sei que o espaço vazio foi preenchido por novas cores, uma peca de quebra-cabeça que encaixa direitinho com tudo que vivi aqui. No lugar da Lais agora há também uma tal de Layz, essa nova Lais com o coração todo remendado por você Garberville-Califórnia-fim-de-mundo.
E chegada a hora de dar stop nesse sol oeste que agora ilumina o meu rosto e dar play novamente o outro lado do hemisfério, eu sei que vai ser saudade o que vou sentir quando olhar novamente para as fotos daqui ou ler esse texto que fiz mesmo mais para lembrar pelo menos de ¼ que passei aqui, vou relembrar deste meu dia sem botas, sentada em cima da mesa olhando o dia acabar de casacão enquanto sem querer deixei cair uma lagrima que borrou o ultimo paragrafo por essas palavras de adeus ao adjetivar esse lugar que vai fazer falta... Farewell. And thanks.