sábado, 22 de maio de 2010

às pazes...

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A Day in the Life - The Beatles
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Esta é a sétima tentativa de começar a primeira oração deste post e provavelmente a última. Acho que desaprendi, com todos esses dias sem escrever, como desenvolver uma ideia e transformá-la em palavras do mesmo modo como a um ano atrás de uns 15 posts mais ou menos por mês que me faziam escrever. Hoje em dia meus meses se resumem a dois poucos textos nos quais ainda peno um pouco para escrever pela falta de tempo, saco e inspiração. Tal constatação infeliz me fez perceber duas coisas não muito legais ao meu processo de produção textual: 1- Escrevo melhor quando estou psiquicamente sozinha e 2- No momento que estou mais feliz nos últimos tempos não consigo reproduzir isso.
Eu estou feliz. Pode até parecer uma coisa mórbida de se dizer, mas acho que nesses últimos dias as coisas têm realmente dado certo em todos os aspectos da minha vida, não só a sentimental, mas como a familiar, como as minhas questões internas, da faculdade (apesar de tudo), da minha casa, profissionais e tudo mais como não havia estado tão bem desde os meus sei lá... Sete anos quando o meu maior problema era saber se eu iria ficar ou não de recuperação em matemática.
Percebi que fiz as pazes comigo mesma e que os meus ditos ''problemas'' são resolvíveis e não mais impossíveis que podiam me matar como imaginava antes a um ano atrás. É engraçado que eles não parecem menores nem insignificantes depois de um tempo, continuam sim algo ainda estranho que tenho medo de chegar perto, mas nada que eu não pudesse contornar. A questão foi que agora confio em mim, o mundo pode cair tudo de novo que apesar da minha personalidade eu voltar a ficar apática e quieta, vou saber lá no fundo que eu aguento, assim como todo mundo sabe que só carrega a cruz que pode carregar.
Sei que é um quase tabu pensar que isso tudo de bom e colorido que está editando meu filmeco expressionista alemão preto e branco sem legendas pode acabar, não gosto nem de falar sobre isso, pois parece até ingratidão, mas sim, de fato, pode acontecer nas melhores famílias. É realmente contar derrota antes do tempo, e convenhamos quem é que sabe disso não? Se soubéssemos o que aconteceria o futuro nem mesmo sairíamos de casa, como já dizia o mito de Pandora tal ignorância fez de nós seres humanos seres com a qualidade da Esperança. O sentimento de que tudo pode dar certo contradiz a entropia no momento no qual você cria uma egrégora boa naquilo que o faz feliz, e dane-se se vai dar certo ou não oras... Velha questão do Carpe Diem que aprendi não faz muito tempo.
Meus momentos de introspecção funcionavam para eu sobreviver dentro de mim tipo reciclando a água suja que eu criava e agora com a nova extroversão está servindo pela renovação do ar pesado das noites em claro em ar puro de novas relações e uma nova ''eu''.
O tempo curto serve para as vezes que escuto música sozinha no ônibus pensando cenas na minha vida e não mais em histórias fantasiosas que queria fazer parte, meus momentos sem saco para escrever servem para na hora de uma vontade de fazer algo, ligar para alguém e de fato fazer alguma coisa e não mais ficar a frente do computador escrevendo coisas que gostaria de fazer e minha falta de inspiração serve agora minha transpiração de tudo de bom que está fluindo em mim, mesmo quando o dia não está dos melhores.
Sempre me lembro de uma frese do filme ''O amor não tira férias'' em que o velhinho roteirista fofo diz para a Íris não ser ''a melhor amiga'' e sim a ''protagonista'' da sua própria vida, acho que pela primeira vez estou deixando de ser a melhor amiga e sendo a protagonista do meu filmeco agora colorido como naquele episódio das Meninas Super Poderosas. ^^ Mas a questão da escrita que é a que eu ainda infelizmente não consegui acoplar na minha nova fase... Mas vou me esforçar, até porque é uma das coisas que mais gosto de fazer, acho que só estou nessa porque meio que substitui uma coisa que me faz bem por outra, basta só reajeitar que dá tudo certo.
Desculpa Laís. É chegado aquele momento em que as duas pessoas se olham e se pedem desculpas por tudo o que fizeram uma a outra... Privação, culpa, medo, apatia, tristeza e pensamentos nada legais que se uma hora vocês estiverem enfrentando com vocês mesmos trate logo de pedir desculpas um ao outro, pois senão vai sentir como se estivesse sempre algo pendente mesmo não sabendo exatamente o que é, mas tenho um palpite que é com vocês mesmos...
Depois de um abraço tudo melhora, os dois se olham e sorriem caminhando de mãos dadas contando tudo o que haviam feito a quase um ano ''de mal'' e ausência.
''E aí? O que tem feito?''
''I saw a film today, oh boy...''