quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Day 18 — The Person That You Wish You Could Be

Gosto tanto de ser eu... Quando vi o tema dessa carta a primeira coisa que eu pensei foi: "putz, não sei não". Não é que a minha vida seja maravilhosa, que eu seja egocêntrica e narcisista nem que tudo o que eu viva possa ser escrito e transformado em filme depois, mas é que até mesmo as coisas mais insignificantes e triviais dela eu gosto, mesmo as mais tristes e que eu não desejaria para ninguém.
É engraçado, quando eu era criança queria que a minha vida fosse que nem as das princesas da Disney com seus romances, coroas e castelos, um tempinho depois gostaria que a minha vida fosse que nem a da Sakura Card Captors: possuir magia, ser linda e de quebra ainda ter um menino super graçinha afim de mim, mas ao mesmo tempo eu gostava do poder da Madonna com seus sutiãs de bico dançando com aqueles saltões, cresci mais um pouco e me apaixonei por personagens de filmes clássicos como Catherine, Holly Golightly, Rose Loomis, Gilda e Leslie Benedict e também de filmes contemporâneos como Isabelle, Amelie Poulain, Celine e Valentine, livros como Julieta, Capitu, Tristessa e Sophie Neveu ou celebridades como Angelina Jolie, Audrey Hepburn e Carla Bruni, mas mesmo assim não queria ter a vida profissional de Marilyn Monroe, o corpo de Audrey Hepburn, a morte de Catherine, a vida amorosa de Celine nem as dificuldades de Tristessa...
Gosto desse meu jeito sonhador de ser de Amelie, gentil de Angelina, doido de Gilda, inteligente de Sophie e intenso de Catherine. Percebi que todas as mulheres que eu já um dia admirei, que existissem ou não, na verdade tem um pouco de mim, talvez seja por isso que gosto tanto delas, suas vidas se mesclam com a minha em aspectos que nem por isso desvalorizam a minha e me façam querer as delas. Tenho para mim que gosto tanto da minha vida, pois nela há tanto a comédia quanto a tragédia dos filmes que tanto gosto, romances e desamores dos livros que tanto releio, histórias normais ou surpreendentes como os programas que assisto, não é que eu queria ser alguém, eu já sou alguém, alguém com um monte de outros alguéns dentro dela.
Se pudesse pedir de alguma forma as virtudes de pessoas que não conheço pediria a auto-estima alta Vivian Ward, a força de Joana D'Arc e o idealismo de Jolie, já se eu pudesse me inspirar em virtudes de pessoas que conheço pegaria para a minha vida o talento da Bruna e do Gui, o esforço do Batutinha e da Fê, a força da outra Bruna, da minha mãe e do meu avô, o estar bem com a vida da Lice e do meu pai, a amizade da minha irmã e da Fran, a coragem das minhas tias, o engajamento em algo que goste com o pessoal da faculdade e a bondade da minha vó.
Acho que essa que sou eu: Laís Carvalho dos Santos, a garota toda remendada por coisas que me cativam por aí a fora além do meu toque pessoal, é claro. Quero continuar sendo essa garota que é apaixonada por cinema, que é 8 ou 80, que passeia à ermo, que tem o riso solto, que gosta de viajar, que é esforçada, que é compreensiva e gentil, gosto dessa Laís avoada e atenta, ciumenta e liberal, egoísta e altruísta, preguiçosa e ativa, horrorozinha e bonita às vezes, doida e calculista, sonhadora e pé no chão. Essa carta é para mim mesma, obrigada por ser o que é.

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