quinta-feira, 29 de julho de 2010

Day 5 - Your Dreams

Tudo bem, eu sei que eu falei que queria seguir a listinha de cada dia com o seu respectivo tema, mas depois de eu ter desanimado um pouco ao perceber que no dia que tinha que fazer o post para os meus pais e exatamente nesse dia eu estava brigada com um deles e com a menor vontade de escrever sobre isso, decidi então escrever quando me der vontade sobre o tema, porque também não adianta de nada eu fazer um post para algo que talvez no dia não esteja me inspirando nem um pouquinho... Não é verdade? =)
Hoje decidi voltar à ativa dando uma olhada na lista das cartas para ver o que eu estava com vontade de escrever, notei o "irmãos e parentes próximos'', "alguém que mudou a sua vida" e ''a pessoa que não sai da sua mente'', três temas muito bons que realmente gostaria bastante de dissertar, mas foi aí que vi o "sonhos" e do nada me deu uma vontade maior ainda em falar, na verdade mais para mim mesma, o que eu quero pra mim, o que se passa nessa cabeçinha aqui e que geralmente não dou muita importância.
O que eu quero para mim? Desde criança imaginava que se eu tivesse uma lâmpada mágica e um gênio aparecesse me concedendo três desejos logo de cara pediria infinitos desejos: ser rica, morar num palácio, ganhar aquela bicicleta com brilho rosa no natal, que aquele garotinho que eu gostava me notasse, que eu pudesse ter todas as Barbies do mundo, que eu fosse à Disney todo mês e que a minha vida fosse como um filme onde tudo acabaria no Happy Ending... É engraçado que se a mesma pergunta me fosse feita nos dias de hoje, meus desejos, meus sonhos seriam bem diferentes, talvez menos fantásticos e infantis, talvez mais maduros e adaptados ao mundo real que antes, porque os meus desejos de uma garota de 20 anos de classe média no Rio de Janeiro que já experimentou tanto dos mais utópicos sonhos à realidade nua e crua mudam procurando algo mais concreto e possível mesmo para os meus sonhos mais impossíveis de se realizar.
Qual é o meu sonho? Nunca lembro dos meus sonhos, sempre que acordo me recordo de apenas flashes que logo em seguida se esvaem e somem no travesseiro, os poucos que me lembro são pesadelos marcantes, os que escrevi no projeto Jack Kerouac - O Livro dos Sonhos onde ele descreve assim que levanta tudo o que percorreu em seu subconsciente durante as oito horas de sono ou daqueles que se repetem e quando você acorda pensa: "Eu já sonhei com isso", tirando isso tenho uma memória péssima. Meus sonhos, "sonhos" como no seu segundo significado no dicionário tenho vários que mudam a cada instante, pois além de ser geminiana sou uma pessoa que gosta de muitas coisas ecléticas e díspares, não tenho O sonho meu, tenho diversos sonhos bobos e importantes, fáceis e rápidos à difíceis e passíveis de riso de tão impossíveis, nunca quis ser só uma coisa, sou o 8 e o 80.
Ter uma banda, viajar ao redor do mundo num cruzeiro de 112 dias, morar em Nova York, escrever um livro, ter um cachorro, aquele vestido Vivienne Westwood que vi na internet, ter um Iphone, ter um filho, ser rica, ser diretora/roterista de cinema independente, ir à Antártica (apesar de esse ser o lugar do planeta que tenho mais medo, mais até que o Everest ou quem sabe o deserto do Saara), lua de mel em Bora Bora, ter um armário só de sapatos, aprender e entender bastante sobre vinhos, aprender mais pelo menos umas quatro línguas, viajar de carro pela Route 66, ir para um outro país com os meus amigos de férias, mochilão pela Europa e ter todos os boxes de filmes que eu quero ter... Notou uma coisa? Não? Dando uma re-lida neste parágrafo percebi que tudo o que listei tem a ver com dinheiro e consumo, oras, mais da metade posso conseguir se tiver bufunfa, banda eu posso até pagar para entrar numa sendo que eu seria um grande peso morto nela, um filho dá para se ter sozinha nos dias de hoje se você tiver um bom plano de saúde que cubra um banco de espermas, até publicar um livro e ser diretora/roterista dá para se comprar...
Com dinheiro tudo se arranja hoje em dia e embora eu não esteja fazendo pouco dos meus sonhos "compráveis", o que não estou, pois na verdade os quero muito também (^^), eu pensei aqui agora em sonhos que não se vendem e nem se compram como numa feirinha onde se tem nichos de "viagens", "profissional" e "material", pensei em sonhos que se um gênio não me deixasse ter infinitos sonhos não teriam a vida útil de 112 dias ou até quando eu cansasse de ficar em albergues pela Europa, tudo bem, retiro somente o filho que seria para mim eterno, mas até o livro, a banda e o cinema se eu não gostasse inteiramente, não quisesse isso para a minha vida ou não me empenhasse para isso ruiria e se tornaria apenas mais uma lembrança boa de quanto durou assim como na vez que vi aquele paredão de gelo na Antártica.
Sonhos que não se compram... Como diria o diretor Frank Capra: "A Felicidade não se Compra", minha vó: "A Saúde não se Compra" e eu mesma: "O Amor não se Compra", não podemos comprar aquilo que não vemos e sim enchergamos, o que não escutamos e sim ouvimos, aquilo que não depende de um meio material para chegar a você com segundas intenções e sim o que vêm de graça! Oras, é claro, o que não compramos é de graça! Como eu não tinha pensado nisso antes... O.o'' O amor que você tem por música, cinema, arte e literatura nunca vai ser o mesmo se você visitar todos os museus do mundo, grande é mesmo é aquele que procura, que sabe, que se informa e que quando tem a oportunidade de ver pelo menos um Renoir se enche de alegria classificando aquele dia como o dia mais feliz da sua vida. O amor que você tem por música não é aquele que você tem todos os álbuns e ter ido todos aos shows possíveis do mundo, e sim quando se emociona com apenas um acorde ou quando sua vida muda depois daquela música em especial. Isso não se compra... Sentimento não se compra.
Eu reconheço que sou muito agraciada por tudo que me rodeia, tenho saúde, tenho amor de amigos e parentes, tenho a minha própria felicidade com o poder de não vinculá-la a mais ninguém, tenho as minhas fantasias surreais que me permitem viajar quando eu quiser, tenho minhas virtudes e caráter, tenho cativação e encantamento por qualquer tipo de arte que gosto e que inspira a minha vida, eu tenho... Tudo. Bem, não tudo porque ainda faltam os 567 pares de sapatos e as minhas viagens pelo mundo, mas sim, eu tenho tudo, não posso reclamar nem ao menos pedir por mais, pois não é necessário. Tal declaração seria muito budista se eu não fosse tão consumista também. =)
Após esta releitura de vida que realmente nos esquecemos quando essa pergunta é feita tenho para mim que se uma lâmpada mágica aparecesse na minha frente hoje e eu pudesse fazer três desejos eles seriam apenas um:
"Deixa tudo como está, to bem, o resto eu posso conseguir sozinha".

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