segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sobre o presente.

Por que 8 ou 80? Por que não 5 ou 50, 2 ou 20 ou quem sabe 10 ou 100? Desculpem os errinhos de concordância e regência, mas é porque eu estou escrevendo num bloquinho indo para o Recreio enquanto o tédio e pensamentos percorrem em mim através da janela fosca. Estou para tirar a minha licença poética aí vocês me entendem melhor ;)
Fiz uns seis meses de terapia só para finalmente me tocar de que o meu problema é ser muito 8 ou 80! Não daquele tipo que leva tudo a ferro e fogo, mas do tipo que se estou feliz sou capaz de dar um beijo na boca de um total desconhecido ou se estou triste, sou capaz de me próprio enterrar... É... Ô pragazinha.
A questão é da intensidade, é a de ser um ser muito bêbado: fico bêbada de felicidade, de sono, de álcool, de choros, de risos, de música, de tristeza, de amor... Sou fraca se encho a cara de algum sentimento ou situação que me torna uma completa irresponsável e descontrolada. Nunca dei atenção em levar as coisas na calma, na tranquilidade, no Skank ("vou deixar") -> sabem? A música?
Sempre tive uma necessidade quase que empírica de "para quê andar se você pode sair por aí saltando?" ou "para que uma lágrima se você pode cair de joelhos e falar DEUS! O QUE É QUE ELE TEM E EU NÃO?" hahhahahaha piadinha interna. ^^ Eu sei... Drama, drama, drama.
Mas calma caro e querido leitor... Esse meu lado bipolar não é fulltime, ele aflora quando é despertado por um tipo de código secreto que no meu "bêbometro" vai lá em cima gritando: pí, pí, pí, perigo, perigo!!
Enfim. ^^ Do que eu estava falando mesmo? (viu? me empolguei) Ah, sim! Sobre o presente. "Vivi" e "viverei" são dois verbos que rolam e muito na minha cabeça, a projeção de algo que vem acompanhando direitinho a memória de alguma outra coisa que aconteceu, mas confesso que nunca dei atenção ao "vivo". Parece estranho dizer, mas o presente para mim é muito rápido, como se o meu olho que piscasse agora não passaria de uma mémoria assim que eu os abrisse de novo e a iminência de torná-los fechar é uma projeção de um futuro próximo que só dependerá de mim para acontecer ou não.
E afinal, quanto tempo tem o presente? O passado tem muitos antes e o futuro muitos depois, mas e o presente? Agora? Esse é o tempo do presente? "Agora"? Talvez a dádiva do presente é ser efêmero, é ser atemporal, é ser de alguma forma: eterno.
"Como uma onda" de Lulu Santos concorda com Heráclito quando diz que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, e tenho para mim que essa máxima é bem certa porque o olhar que dou para o céu agora não será como o próximo que estou a fazer exatamente agora... A conjuntura muda, o mundo muda, e "o tempo não pára".
O presente é um presente, e no auge dos meus 19 anos após levar tanto na cara que percebo isso... Carpe Diem, Carpe "Horum", Carpe "Segundum", Carpe You. O presente é agora, o presente é de leite, o presente é vivo, o presente é a primeira fagulha de tudo o que já foi ou será. E só agora que encaro isso sem achar que estou fazendo pouco caso das coisas que me cercam, pois saber que o agora é finito e infinito ao mesmo tempo e ter a possibilidade de revivê-lo sempre quando quizer, planejá-lo para o futuro do presente que é a ação, que é a sua vida sem dramas, que é o agora, que é o respiro após o nascer. É lindo! O presente é um presente...
Só sei que estou feliz e "caminhando e cantando e seguido a canção" só pra não dizer que não falei das flores. Acho que é até por isso que minha inspiração para escrever esses dias está praticamente nula ao ponto de ao acordar sentir saudades de personagens que me observam correr de um lado para o outro vivendo. "Vivendo"! Gerundismo de estar acontecendo no exato momento.
Felicidade e tristeza sempre andam de mãos dadas, e filosofando agora um pouquinho, me encontro entre seus dedos entrelaçados sentindo na pele tais sentimentos como o suor, o medo, o alívio, a segurança e plenitude de um doce caminhar nessa eterna On The Road chamada vida e agora não mais correndo o risco de tropeçar e cair feio, nem de voar e nunca mais voltar, pois sei que tem alguém ali segurando a minha mão, me amparando a cada vacilar e me soltando assim que posso divagar nos meus primeiros espamos, me permitindo desenhar sobre o vidro embaçado frases certas sobre linhas tortas que desaparecem, mas não somem por completo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

nova trilha sonora.

Eu vi um mendigo pedindo
Esmola à chuva sorrindo
Sua mão estendida pedia
Que água traslúcida escorrida
Entre seus dedos encardidos
Levassem embora suas feridas
Que havia ganhado no decorrer da vida
Coisas sofridas até para mim
Que se deixou parar e ver seu triste fim
Escorrendo em calha bamba
Fragmentos cristalizados de si
Até o bueiro mais próximo.

ps: isso aconteceu hoje...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

converse com areia.

Quem conhece esse blog a um tempo sabe que de vez enquando eu dou uma de maluca e saio por aí à ermo e acabo escrevendo esses posts em guardanapos, folders e caderninhos de recados meus pensamentos e visões do momento...

Mar. É o mar azul que eu vejo agora de jeans e bolsa de couro sentada na areia. Está tocando Keane e por incrível que pareça não me sinto triste, apenas com calor e uma vontade imensa de não ir para casa agora já que será o sinônimo de trabalho e estudo dos quais não estou com a mínima vontade de fazer.

Esse cheiro de sal e protetor solar é revigorante, fora a paz de exercitar um pouco a solidão que há muito não exercitava. Me faz bem às vezes ficar sozinha (embora a minha irmã e a Fê falem que isso é perigoso... pensar em negrito, itálico e sublinhado). Só um adendo... Beethoven! Não sabia que eu tinha colocado Beethoven no meu celular para escutar ^^ oba! Moonlight Sonata, Allegretto combina direitinho com as ondas batendo nas pedras no final da praia do Leblon, um dos lugares do Rio que mais gosto. Sabem qual é? Aquele que vai para São Conrado, o mirante?? Não? Quando eu for para lá eu tiro uma foto para vocês verem. É lindo! Até fiz uma história que esse lugar tem um significado bem especial que você só fica sabendo o porquê no final, claro.

Gente... Eu acho que aquele cara ali da esquerda tá achando que eu vou me matar, ele não pára de olhar para mim escrever sozinha na areia de tênis e óculos Ray Ban, e para falar a verdade eu também acharia isso se visse tal figura ao meu lado.

Calma... To bem hoje. Bem bem, para falar a verdade, estou pensando no quanto de conchas tem aqui... Conchas! Faz muito tempo que não as via assim inteirinhas, somente em cascalhos, mas estas estão bonitinhas... Vou até pegar uma apesar de eu saber que é anti-ecológico e tal, mas uma pequenininha não vai fazer mal.

Realmente acho que criei um novo tipo de terapia, todos deveriam experimentar a sensação de andar para um lugar que não tinha planejado e escrever coisas idiotas ou não que passam na cabeça enquanto isso. Parece que você se põe no lugar, ficar sozinho pode significar topar com você mesmo e às vezes isso pode não ser muito legal, mas saudável com certeza, afinal uma hora temos que fazer isso. Mas repito que estou ótima e só estou fazendo isso para não perder o hábito. (além do que não quero chegar em casa e estudar ¬¬'').

Ai, ai... Podia ventar mais um pouqu... (NOSSA! acabou de ventar muito! obrigada a quem estiver me escutando em silêncio). Agora o cara realmente deve estar achando que eu estou escrevendo um epitáfio ou um testamento e que daqui a pouco vou pular no mar depois que eu fiquei um tempinho olhando para o chão e procurando uma conchinha para levar com cara de perdida... -___-'' E por falar nisso eu ainda não encontrei.

Está tocando agora The Beach Boys e por um momento sorrio sem querer ao ver um jovem casal estrangeiro caminhar de mãos dadas olhando para o mar também sorrido como se estivessem em lua-de-mel (e pior que podem estar mesmo) ao som de God Only Knows. ^^ Adorei. Por isso é terapêutico, não é que você fica sozinho incondicionalmente, mas é que só assim você consegue perceber pequenas coisas que numa vida agitada não dá muita atenção. (pelo menos para mim. sou desatenta e desmemoriada para caramba) Por isso escrevo:

1- Para lembrar, e

2- Para relembrar.

Geração Coca-cola me deu uma pontada no peito quando começou com o seu violão inicial inconfundível e por um momento me deu vontade de pular no mar não me importando de ir para casa toda molhada, mas acho não vai dar, estou cheia de coisas na bolsa que não podem ser molhadas e nem serem deixadas para trás na areia correndo o risco de serem pegas, mas uma molhadinha no pé não deve fazer mal. hummm :)

Champagne Supernova começa com um mar indo e voltando que me deu uma vontade imensa de cantar, estou cantando! Gente... Ainda bem que a praia está vazia. hahahhahahaha

...

Agora estou aqui no mirante que não sei o nome tomando uma água de côco de 3,50! @*#%! (turistas não venham para cá com sede) Ah! Também tirei a foto que está lá em cima. Daqui a pouco estou indo porque eu acho que vai chover, o tempo fechou e o vento que pedi está se tornando um "bagunçador" de cabelos longos. Só queria um ventinho (...)

Suzie do Boy Kill Boy vai embalar a minha volta agora, mas se eu ainda tiver pique acho que vou dar uma passadinha lá no Starbucks para um cappuccino \o/

... (5 minutos depois de olhar o céu e a distância que eu deveria percorrer à pé para chegar até lá)

To com pique.

Beijos e até mais.

sábado, 3 de outubro de 2009

estranha no ninho.

Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2009, às 18h25min, bairro da Saúde.

Caminho de salto alto e mini vestido pela rua mais barra pesada que eu já estive. Minha mãe já tinha gritado com uns quatro velhos de bar que mexeram comigo enquanto eu estava nervosa demais para ouvir tanto os "princesa", "gata" e "que isso heim" quanto os gritos histéricos dela atrás de mim. Não se engane pela foto relativamente feliz que começa este post, e para não iludi-los ainda mais já adianto logo... É... Não foi dessa vez gente.

Depois de caminhar por um bairro onde nunca estive antes, às cegas e de noite, finalmente a minha miopia me permitiu ver no final do deserto uma construção de tijolos, toda iluminada, com pessoas do Festival do Rio na frente e cartazes de filmes na fachada. Ai... "Estou em casa" foi a primeira coisa que eu pensei quando me adentrei naquele galpão reformado imenso e todo iluminado: brotava gente bonita e fashion que conversavam sobre Costa-Gavras em espreguiçadeiras de designers famosos, tomavam drinks feitos por barmans tipo filme, com cigarros, cabelos pintados, escrevendo em seus Mac's, sorrindo e sendo simpatissíssimos comigo. ^^

Descobri que meu nervosismo inicial tinha se dissipado com todo aquele glamour de Cannes e se transformado em... MEDO. Medo, meu Deus! "Nunca vou conseguir" (e era verdade, para falar a verdade. mas já volto nesse assunto.) "Preciso de álcool, mãe" me vi meio que gritando e batendo com a mão no balcão do bar. Como uma boa mãe é óbvio que ela disse não, mas argumentei que uma icezinha não faria mal a ninguém e ela acabou concordando. E é ai que eu queria chegar... hahahahahhaha. Minha primeira foto foi de eu tomando ice toda feliz com as minhas unhas vermelhas marcando um V que no final das contas ficou horrível. (por isso coloquei a que está lá em cima, pois está mais bonitinha)

Bem, resumo da ópera... A "cerimônia" foi bem rápida... Peraí. Caramba. Esqueci de avisar o porque eu estava lá... ¬¬'' Bem, lembra daquele festival de cinema de celular que falei e até coloquei o vídeo aqui? Então, hoje foi a grande final, os 20 semifinalistas foram escolhidos dentre os 600 que participaram de todo o Brasil e hoje essa agonia acabava.

Para falar a verdade eu não estava com esperanças de ganhar não... Tinha plena ciência que o meu não era o melhor (tinha uns muito bons) só estava nervosa mesmo por ver a reação das pessoas quanto a ele, mas feliz, muito feliz. ^^ Ainda to feliz... Um videozinho caseiro, sem roteiro (Cassavetes essa é para você!), nas férias de janeiro em Ouro Preto com as primas, uma produção bem meia-boca estava lá no mano-a-mano com gente da área, com Darcy Ribeiro, o pessoal que já faz faculdade de cinema e tal... Nossa, só por isso eu já estou feliz. Muito feliz. Agora a foto fica auto-explicativa.

E para a saideira eu queria agradecer a todo mundo que me deu a maior força, me incentivou, me elogiou, me sugeriu, me criticou, me deu opinião, me ajudou... Eu ganhei, sim... Só por ter vocês eu já me sinto uma vencedora, sério mesmo.

Obrigada