segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Day 26 — The Last Person You Made A Pinky Promise To

Uma hora depois do pior voo da minha vida.
"Jura que essa lata velha não cai não Lalá?"
"Juro Lice, fica tranquila, é mais fácil a gente capotar de carro ou ser assaltada num ônibus do que um avião cair. É o transporte mais seguro... Dizem."

Ok, eu menti.
Eu adoro andar de avião. Sempre gostei desde pequenininha a comida, as aeromoças, o serviço, chegar num aeroporto, o Duty Free, passear num aeroporto, até os carinhas sinistros da alfândega eu sempre aguentei, mas só tem uma coisa que hoje em dia ainda me abala em qualquer circustância por causa de uma única vez (infeliz): a turbulência (maldita). Eu não tinha medo não, ficava um pouco incomodada, mas sempre soube que aquilo não era motivo para um avião cair, afinal isso acontece toda hora, em praticamente todos os voos do mundo por diversos motivos, de passar por uma nuvem à enfrentar quase uma hora (de terror) de uma tempestade de Nova York a Miami.
Desculpa Lice, mas dessa vez tive que mentir para nós duas, não podia deixar você ficar com medo e muito menos deixar eu me desesperar, também depois daquele voo que eu realmente achei que eu iria morrer não era bom continuar mais umas oito horas de viagem com nós duas aflitas, por isso te poupei e fiz um juramento, que para falar a verdade, naquela hora eu não sabia muito bem se eu podia manter. Mas fique tranquila, pois todos os outros juramentos que fiz nos voos de Rio-Miami-São Francisco, Eureka-São Francisco-Nova York e Nova York-Miami foram sinceros e que eu realmente estava falando a verdade quando disse que não precisava ter medo e que era só fingir que estávamos andando de ônibus com a janela fechada e apertar a minha mão se sentisse medo.
Até hoje eu me lembro do dia 15 de dezembro de 2009 quando que depois de passarmos por todas aquelas burocracias antes de embarcar uns amigos me ligaram no celular faltando alguns minutos para eu desligá-lo e só voltar à ligá-lo meses mais tarde... Voltei a chorar e falar para você que para mim aquilo ia ser difícil: lidar com algo novo assim do nada, foi quando você rebateu que o que mais te assustava naquilo tudo era o avião. Não pude deixar de rir, era mesmo o Divino que nos uniu ali naqueles banquinhos do terminal do Galeão, para mim era super tranquilo viajar de avião, afinal adorava aquilo tudo de viagens e conhecer lugares novos tendo que depender de outra língua para comer e para você tranquilo era se jogar de cabeça em algo totalmente novo e se adaptar bem a isso; de certa forma o Divino nos uniu ali porque supríamos carências uma da outra, onde uma era mais fraca a outra vinha e aguentava a barra pelas duas e vice versa. Foi realmente ótimo saber que eu podia contar com alguém para me ensinar a receber melhor as mudaças à longo prazo e me adaptar a um novo estilo de vida que se eu fosse encará-lo sozinha com certeza não iria aguentar por muito tempo e também me deixa feliz que eu tenha lhe proporcionado segurança num sorriso e num aperto de mão na hora da decolagem quanto o aprendizado no inglês e locações legais de Nova York.
Creio que fizemos muito uma pela outra tanto no quesito conversas sobre tudo e todos à presenças que faziam toda a diferença quando chegávamos em casa cansadas e ainda tínhamos pique de ir tomar banho lá fora mesmo fazendo zero graus. Muito obrigada Lice, por tudo, acho que já te agradeci, mas não custa nada falar de novo. Foi realmente um prazer a mais ter você como confidente, amiga, companheira e roommate nessa viagem que já deixou saudades, tanto que acordei hoje pensando bastante nela... Obrigada por ter me prometido que ia ficar tudo bem, pois de fato ficou. =)

3 comentários:

  1. Own. Que lindo! *o*
    Adorei.
    Amo vcs duas!
    Beijos

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  2. Como ter medo de voar ao lado de uma fada que conhece os céus tanto quanto suas próprias asas?
    Naquele banquinho do aeroporto,em frente a um gringo com uma mochila de som, eu não conheci uma amiga, eu RECONHECI uma amiga.
    Engraçado como a minha falta de preocupação normalmente desencadeia problemas, mas você me fez enxergar que isso não é defeito, é apenas uma qualidade em excesso.
    Foi um imenso prazer dar o primeiro passo para o mundo a fora contigo ao meu lado..você não sabe o bem que fez e faz! Só um coração muito puro e bonito é capaz de enxergar tanta bondade, força e talento numa alma com pensamentos não tão nobres, como a minha por exemplo.
    Um dos momentos mais marcantes da nossa viagem foi o primeiro dia de trabalho, nós duas acordadas, prontas e ansiosas para começar a nossa vida.Não tínhamos nos acostumado com o fuso horário e ainda estava muito cedo para ir pro hotel.Espiando dentro do trailer mais lindo do mundo poderiam ver duas meninas, tão perdidas nos seus pensamentos que decidiram deixar tudo de lado e ver o sol da California nascer.
    Fadinha, o sol nasce todos os dias, em todos os lugares.Mas a sua asa me deu a sombra.
    I love you so much
    "...que o teu afeto me afetou é fato..."(teatro magico)
    anti-heroína

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  3. Ok, eu quase chorei agora... Fiquei toda arrepiada e com um sorriso bobo no rosto quando vi seu comentário. Para mim nossa amizade é recíproca e muito importante para mim, você é a minha anti-heroína preferida lembra?? ^^ Só você mesmo para dizer coisas tão bonitas sobre um pessoa capaz de deixá-la sem jeito de responder à altura de tão lindas palavras. Seu afeto me afetou é fato consumado, fico feliz de ter tido a oportunidade de conhecer a ALICE melhor e de ter tão importante na sua vida quanto você é na minha.
    Obrigada mais uma vez,
    fadinha.

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