terça-feira, 8 de setembro de 2009

dando uma de JPC aproveitando que hoje é terça.

Só uma garota de cabelos balançados pelo vento, escutando Sigur Rós e escrevendo num caderno coisas que ela tenta em vão tampar para que as pessoas ao seu lado não vejam o que escreveu. Eles devem estar pensando "O que será que ela tem?" e eu respondo em silêncio "Olha... Eu também não sei". Tentei o Odeon, fui também para a rua de paralelepípedo que vende discos antigos e camisetas legais, olhei a nova fachada do Municipal, senti calor e andei. Andei, na verdade, não sabendo bem ao certo onde estava indo e num certo momento da minha caminhada solitária, me vi pagando 0,60 centavos à um moço e me sentando em seguida num banco de madeira, senti o motor ronronar enquanto o vento sacudia o meu cabelo incomodando um turista que praticamente se debruçava no meu lado para filmar a paisagem.
É alto... E calmo também, tô no bondinho de Santa Teresa me perguntando pela terceira vez que raios mesmo eu estou fazendo aqui? O fato é que não estou afim de escrever algo triste embora meu humor esteja tendênciando para esse lado, estou justamente aqui para... "fugir" parece fraco dizer, está mais para desanuviar, para parar de pensar em negrito, itálico e sublinhado.
Das últimas vezes que tentei desanuviar fui andando de Botafogo até Copacabana passando por túneis, praia, avenidas e só parando porque meu pé direito começou a sangrar no chinelo ou das vezes que pego um ônibus qualquer e vou até o ponto final e volto para o mesmo lugar ou quando ando à ermo e me vejo na subida do Alto da Boa Vista com insolação...

Dessa vez resolvi ir ao centro, escutar MP3 e ver se tinha algum filme no Odeon, uma peça no CCBB ou algo desse tipo, mas estava tão distraída e submersa que me vi virando a esquerda e me sentando nesse bondinho que me levou para esse passeio nada a ver, só que na verdade bem terapêutico. Agora já sabem que quando eu não estiver bem posso estar caminhando na praia com os pés sangrando ou dando uma de turista na própria cidade.

Aqui em cima está calmo e quente, há muitas pessoas no bondinho umas até se pendurando para não cair, moradores e turistas portugueses, gente que olha os outros escreverem descaradamente e outros absortos em música e imagem. Da última vez que vim aqui lembro que foi bem legal, passei por um monte de lugares que tinha passado antes e me lembrei de histórias que aconteceram, mas enquanto o sorriso me acompanhava na ida e na volta quando cheguei em casa dormi de tanto chorar.

Para falar a verdade acho que vai ser um pouco hipocrisia quando eu escrever esse depoimento no blog porque já estou me sentindo melhor, bem melhor apesar de eu não estar aproveitando do modo como eu imaginava, mas tô bem, precisava mesmo ficar um pouco longe de mim, de todos para não parecer erroneamente chata ou mal humorada, só estou melancólica, aliás, estava, pois essas coisas comigo acontecem muito, posso estar dando saltos de alegria num dia e aí apenas um detalhezinho que na hora nem percebo Maysa canta comigo: "Meu mundo caiu", não que tais sentimentos vão e voltam superbem como uma vez vieram, só que quando estou bem simplesmente minha imunidade à depressão está alta. É como numa metáfora que quando não como, não tem luz do sol, quando há época de epidemia ou não me cuido bem, vem essa doença...

Mas isso não era nada que eu queria dizer, chega de posts fúnebres e mórbidos, deixa eles para quando estiverem ao vivo ali na hora, o agora não vai ser o mesmo que daqui a pouco, eu simplesmente sei.

Viu? Só de pôr para fora a planta da questão já estou melhor, melhor que ontem, que anteontem, mas a parada é não saber o dia de amanhã que pode ser pior ou melhor do que você já foi e será, é apenas seguir esses seus trilhos que fazem barulho e se calam dependendo do momento.

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Música da Semana: "Untitled#8" - Sigur Rós

4 comentários:

  1. Linda, linda postagem.
    Legal que você fez exatamente o que havia dito de manhã.
    Ah, quantas vezes eu já não ouvi "Meu mundo caiu"?

    Somos parecidas nesse aspecto, pois cansei de ir à praia quando estava down. A música que me acompanhava? "Vento no Litoral".
    Vai passar, vai passar.

    "Mas é claro que o sol vai voltar amanhã..."

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  2. "me perco no meu mundo autista" pensa Lais... hahahahahaha... olha só, o rasgado falando do remendado. Sei exatamente como é isso, esses sentimentos me parecem efêmeros, sabe? Não gosto deles! Mas como são efêmeros, não me preocupo muito! Afinal, são SÓ efêmeros, nem mais e nem menos que isso!

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  3. É verdade ^^ Coisas efêmeras também não me apetecem muito apesar de aparecerem quando menos esperamos e irem embora sem dizer adeus, né? hahahahah

    ps: Não... Não fui... Estava sem grana e sem ninguém para ir... Uma pena, queria ter ido :(

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