quinta-feira, 11 de junho de 2009

porque assistir filmes antigos?

Eles são de velho oeste, romance, comédia, suspense, drama, terror e policial, eles são clássicos. Filmes em preto e branco, com maravilhosa expressão artística e glamour, histórias marcantes e fins clichês, produções artesanais para atores e atrizes que viraram história; esses são os filmes velhos e para alguns novos que vão sempre fazer parte no nosso top 10.
Uns podem pensar que filmes antigos são só para parecer mais Cult (nada a ver, é tão maneiro saber a música tema de Rocky Balboa quanto o de Cinema Paradiso), ou só veem porque a professora pediu (uma salva de palmas para ela) ou até mesmo porque queriam ver a gravação original de seu filme favorito (ok... isso é válido também), mas o cinema antigo é bem mais do que a Sunset Boulevard e filmes erroneamente taxados de “chatos”, é simplesmente o ponto inicial de todos os outros filmes que farão parte da sua vida.
Quem não se lembra do casal Bogart e Bergman em Casablanca e seus diálogos pra lá de Bagdá (aliás, Marrocos), ou a inesquecível encrenqueira Scarlett O’Hara vivida por Vivien Leigh em E o Vento Levou..., no mistério de Rosebud na trama de Cidadão Kane, ou até mesmo na coreografia mais interpretada do mundo em Cantando na Chuva? Detalhes que fazem qualquer cineastra babar de inveja (e eu me incluo nessa) por serem cenas, diálogos, detalhes, personagens de tão inesquecíveis que viraram clássicos. Clássicos! Igual a música clássica! Realmente são filmes que podem se achar. (rs)
Lições são tiradas como em A Felicidade não se Compra que mostra o que realmente importa é o que está por dentro (chorei bicas), te assustam de uma forma genial e psicótica como em Psicose (sério, o clímax não é o chuveiro, vai por mim), te fazem ficar sensibilizados como em Luzes da Cidade (Chaplin nos dá um show de gentileza e sensibilidade) e até nos fazem rir como em Quanto mais quente melhor onde a hilariante comédia consegue ser completa do início ao fim (esse filme está no meu top 10, se eu tivesse um, acho muito difícil fazer).
São rostos inesquecíveis emprestando atuações memoráveis a personagens históricos como Marilyn imortalizando seu vestido branco esvoaçante em Nova York, Audrey ditando moda com seus tubinhos pretos, James Dean dando foco a Juventude Transviada de sua época, Brando mistificando sua figura em personagens como em O Selvagem ou talvez do outro lado do Atlântico, Brigite Bardot atuando numa história genial com todo o glamour que só os anos 50 podem oferecer.
São diversos títulos, atores, diretores, roteiristas que poderia dissertar aqui, mas me faltariam palavras para adjetivar tramas tão bem boladas, rostos que agora enfeitam bottons ou personagens de frase feita que são aulas de auto ajuda. São trilhas famosas que nem sabemos o nome ("As Time Goes By"), são duelos de apenas olhar (como no maravilhoso Era uma vez no Oeste), são figuras dignas de poder e respeito até mesmo por você espectador (Marlon Brando em O Poderoso Chefão), é a loucura generalizada altamente eloquente (como em A Laranja Mecânica), são os “Oh!Que bárbaro!” no final da história (como no magnífico desfecho de Crepúsculo dos Deuses) e os choros por solidariedade como em O Garoto ou Tarde demais para esquecer.
O cinema é uma arte democrática, respeito quem gosta de American Pie ou Godard, não importa se se identificou com o besteirol de um ou a complexidade do outro, o que importa é que o cinema é feito catarse e se há verossimilhança para você, tudo bem, mas deixo aqui meu recado para abranger mais seu horizonte, quem sabe você que só gosta de filmes comerciais não se identifica com a ação e personagens fodas de Butch Cassidy e você também taxado de Cult, aprecie o entretenimento de uma comédia romântica clichê ou o combo masculino (sexo-velocidade-carros-mulheres) que também pode ser divertido. Pois como disse Truffaut: “Há mais harmonia nos filmes do que na vida. Não há engarrafamentos nem períodos de estagnação. Os filmes sempre continuam, como trens à noite”.

ps: Confesso que nunca entendi Fellini, e juro que já tentei... Sério.

3 comentários:

  1. "personagens fodas" foi ótimo!
    Concordo com Truffaut, "... como trens à noite."

    Perfeito!

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  2. nossa!!!! como assim??? eu juro que antes de ler seu "ps" meu comentario seria :" viva Federico Felliniiiiii" hahahahahahaha... COMO ASSIMMMM!!!! nao sei se isto ajuda, mas os filmes dele sao auto biográfos, capitte?


    bjus flor!! AMEI SEU POST!!!

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  3. Realmente, os filmes dão margem a várias interpretações, vários sentimentos. É possível chorar, rir, se assustar em um mesmo filme.

    Sei que muitos dos filmes atuais renderam-se ao mero nome de "blockbuster",mas muitos ainda tem a essência dos de antes, como "Antes do Amanhecer", "Antes do Por do Sol", "O Pianista", "Billy Elliot".

    Não que eu tenha visto muitos filmes cults, mas compará-los a alguns de hoje chega a ser um, com o perdão da palavra, sacrilégio.

    Alguém já entendeu porque uma porcaria como "Turistas"foi lançado??

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