terça-feira, 9 de junho de 2009

as letras por trás da imagem.


Paris, 1950.

Um rapaz de cabelos arrepiados e com um cigarro na mão sai de sua casa às cinco da manhã não sabendo bem o porque. Só tinha acordado e decidido que hoje iria andar: andar à ermo, andar para nenhum e todo lugar, andar até se cansar e fugir de um sonho que não parava de sonhar.
Em sua cabeça se misturavam nicotina e pensamentos involuntários, suas mãos coçavam pelo frio e calafrio que sentia ao andar, seus passos eram longos e demorados como se de propósito estivesse evitando a si próprio.
Engraçado, ele pensa, enquanto caminhava podia ver coisas que no seu dia-a-dia não mais notava. Engraçado...
Foi quando lhe apareceu uma estranha figura conhecida que lembrava de algum lugar, mas não sabia de onde. Conhecia seus olhos por outro olhar, sabia de seus segredos por terceiros, entendia seu sorriso de outro jeito... Quem era ela? "Ela" que sabia tanto e nada sobre ti, si e eles. Quem era ela que andava em sua direção olhando para o chão com sua mesma expressão perdida e consciente de seu caminho?
De repente eles se chocam sem se tocar, se olham através de olheiras por noites mal dormidas, surpreendem-se sem estarem surpresos, pois já se conheciam... Já se conheciam!
O casal em meio a confusão de pessoas pela rua respiram a essência um do outro meio a um sonho. Estavam sonhando.
Eram dispensáveis as apresentações, os nomes, os sorrisos e formalidades, eram apaixonados de longa data, de sonhos em sonhos estiveram vagando se auto procurando e achando a si próprios.
O momento pedia e então se beijaram concretizando a última parte de um sonho que nunca saiu suas cabeças, gravada assim em branco e preto, um sentimento tão profundo capaz de nunca ter sido feito.

ps: Caros lindos e provavelmente únicos leitores, devido a uma semaninha meio capciosa de provas, trabalhos de faculdade, feriado prologado e aniversário (\o/) vou estar meio ausente no blog... Queria avisar para não acharem que é mais um blog abandonado, só estou realmente sem tempo, mas vou fazer o possível para publicar algo entre estudos de Epicurismo e Semiose, pó dexá!
E ah! Mais uma vez queria agradecer o carinho e comentários construtivos que vem me dado inspiração para continuar em frente.

Beijinhos, os vejo em breve (assim espero)

4 comentários:

  1. uiiii... que romântico! tem algumas ambiguidades no meio do seu texto. Ele tá lindo... mas enfim... eu gosto quando me apontam alguns cantos pra melhorar entao... bem.. na parte "Quem era ela? "Ela" que sabia tanto e nada sobre ti, si e eles. Quem era ela que andava em sua direção olhando para o chão com sua mesma expressão perdida e consciente de seu caminho?" quem sabia? ela ou ele? ou os dois? e depois "...com sua mesma..." a dela ou a dele ou a dos dois? (risossss) enfim, nao da pra saber se foi uma ambiguidade proposital ou nao entende?
    Mas de qualquer forma é um lindo texto!!!!

    beijos
    ps.: Cruzsampaio!!!!!!! Será que todo mundo decidiu e essas semanas teeeem que ser de provas???

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  2. Oi!

    Pelo menos dessa vez comentando na data certa.

    ^^

    Adorei o texto, muito bom. Gostei do fato deles serem tão parecidos.


    Ah. e feliz aniversário adiantado.

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  3. A ambiguidade foi proposital, os dois sonharam um com o outro e dispensaram as apresentações quando o que mais se importavam naquele momento era concretizar o que nunca tinha sido concretizado em sonho.
    Foram os dois sempre, desde o começo, os dois agindo com uma racionalidade impensável para finalmente se encontrar e tornar de vez real seus ternos sonhos.

    ps: Obrigada gente =)

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