terça-feira, 24 de novembro de 2009

"aquilo que chamamos de rosa teria o mesmo perfume embora lhe déssemos outro nome".

Quem não conhece o clássico da literatura mundial "Romeu e Julieta"? O grande clichê das histórias de amor, o final trágico arrebatador, o casal mais característico presente em menções de filmes, peças e personagens que revivem sua grande história de tragédia e paixão avassaladora como só Shakespeare escreveria? Você pode não ter lido o livro, você pode até não gostar, você pode só ter lido um resumo, mas com certeza os conhece, são velhos conhecidos seus de quando você uma hora lembra que o amor pode ser brega, bufante, barroco e principalmente, lindo.
Eu era pequena quando conheci essa história, me lembro da minha mãe me levando ao CCBB para ver as peças infantis que tanto gostava, da histórias para dormir adocicadas pela mesma para que eu não tivesse pesadelos com o desfecho classificação 18 anos adaptados para uma garotinha de 8, me lembro dos livrinhos de criança que esmiuçavam o clássico tornando-o acessível à uma menina de 10, me lembro de perceber menções em filmes e falar: "ah, Romeu e Julieta. claro...", me lembro de ler uma resenha só de curiosidade, da vez que assisti "Shakespeare Apaixonado" em 2000, apesar de ele ter sido lançado em 98, e ter me apaixonado pelo filme de cara, além do próprio Shakespeare na pele de Joseph Finnes que está um espetáculo, da vez que baixei o livro na internet em 2006 para pegar algumas frases do ato 2 cena 2 (amo) para incrementar no meu livro que escrevo desde 2005 (é... tempão), da vez em 2007 que finalmente peguei o livro na íntegra emprestado com um amigo na escola para ler, da vez que passeando num sebo com uma amiga em 2008 encontrei uma edição por apenas 1 real (é verdade...) e tive a boa surpresa de receber de presente por ela e por fim, da vez que um dia em 2009 rodando em círculos em meu quarto encucada por certos assuntos me vi pegando o tal livro de um real e o lendo todo em apenas um final de tarde e noite. Por acaso esse acesso de loucura repentino foi no final de semana passado.
Tudo bem, "Romeu e Julieta" pode ser o romance, no sentido de livro, de Shakespeare mais clichê que existe, além de ser algo como "O pequeno príncipe" para as misses de alguém que gosta de clássicos, mas confesso que se não é o meu preferido, é um dos que mais gosto e nem é pelo fato de ser um romance meio xarope com um final triste do jeitinho que eu gosto (^-^), mas é que sei lá... Os diálogos rebuscados difíceis até de serem entendidos de primeira me atraem, mas ainda não é isso; o Romeu?? Olha, para ser bem sincera, nem gosto muito dele não... Não é o meu príncipe encantado montado num cavalo branco, o acho muito volúvel a sentimentos e um pouco exagerado para falar a verdade. Gosto do Mercúcio e da Julieta, ela é legal, visionária e nem tinha 14 anos ainda!! É... Esse povo de antigamente, vou te falar... ^^ Mas ainda não é isso... A história me encanta de certa maneira, tenho uma amiga que assiste todo novembro o filme "Titanic" e pensando bem, já vai fazer aniversário as vezes que li o livro nos últimos anos e me pergunto o porquê.
Gosto do amor à primeira vista, gosto desse amor irremediável e doentio, gosto do amor impossível até de imaginar, gosto da esperança de ter algo além nesse mundo capaz de matar e fazer morrer para ser realizado ou simplesmente se findar antes que possa ser separado, gosto do trato que a história tem de me passar em meio a tragédia um final feliz embora eles morram no final, gosto desse fim dúbio que não diz se eles foram "felizes para sempre", gosto do ato 2 cena 2 a parte que até hoje choro inclusive quando declamada no filme "Shakespeare Apaixonado" enquanto eles treinam no teatro e na cama, gosto desse clichê e de como ele muda a minha visão sobre coisas estranhas que acontecem dentro de você e não sabe o porquê.
Decidi fazer este post não para convencer alguns de lerem a obra, embora mal não possa fazer independendo da opinião de cada um, mas sim sei lá... Falar sobre "amor". De um jeito meio camuflado, exagerado, não literal e nada a ver com o que eu estou pensando, mas mesmo assim quente e profundo como a noite. "E por ser noite, tenho medo de que, tudo seja um sonho, demasiada e deliciosamente adulador para ser real".

3 comentários:

  1. Ora, mas o que é um nome?
    Uma rosa se tivesse outro nome ainda sim teria o mesmo perfume.
    É por isso que à noite sempre brinco que meu nome é Bete. Principalmente quando saio para as típicas baladas.
    Tenho um cordão enorme com a minha incial e fico imaginando:
    Carinha super a fim: E aí, gata, deixa eu adivinhar teu nome...
    Eu mascando um chiclete malandro e fazendo uma cara de despreocupada
    Carinha super a fim: É Bianca?
    Eu fazendo uma bola e logo depois estourando ela no ar
    Carinha super a fim e agora desafiado: Beatriz?
    Antes que ele adivinhe mesmo o meu nome, eu digo num tom sensual, mascando o chiclete malandro e enrolando uma mecha do cabelo: É Bete (pausa para um olhar e sorriso sedutor), mas pra você é Bete Balanço!
    Tá, fugi do assunto.
    Enfim, adorei o "quente e profundo como a noite".
    A obra é fantástica! Adoro. Volta e meia canto a musiquinha de Romeu e Julieta de Franco Zefirelli. Depois explico melhor em que situação costumo cantá-la.
    Sabe do que eu lembrei agora? "O amor de Julieta e Romeu, igualzinho ao meu e o seu."
    Agora, essa sua amiga que assiste Titanic todo mês de Novembro... ela é legal, hein?! :P

    Ótimo texto. (:

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  2. hahahahhahahahah Eu A-D-O-R-E-I o que você escreveu, ótimo jogo de imagem e expressão! hahahahahah Ri muito! "Carinha super a fim". ^^
    Obrigada pelo comentário, muito lindo, adorei mesmo.
    Beijinhos

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  3. Bom, acho que é uma boa hora para destilar veneno e semear a discórdia. Para começar o que é o amor? Hoje em dia?! Algo raríssimo de se achar um realmente verdadeiro. O que as pessoas chamam de amor hoje em dia é algo, aí sim, trágico. Um dos dois sempre cede mais, e o outro sempre se aproveita e pisa em cima. O amor... bem, ele não existe afinal de contas. Ele é uma farsa, um ato de perversão. Não faz o mínimo sentido, não tem certo ou errado. Talvez as pessoas achem que eu falo isso porque já me frustrei muito, mas a verdade é que todo mundo se frustra muito. A(o) namorada(o) de hoje, é o inimigo de amanhã. Romeu e Julieta nada mais é do que a prova de que amor não existe. Quando existe não se realiza, tanto é que os dois morrem. A questão é, para que amor? Para dizer que se tem alguem? Alguem para que? Para pisar? Para nao se sentir vazio? Para descontar suas frustrações? Para pagar seu almoço? Amor mesmo é o amor-próprio. Eu amo a mim e ponto final. Que coisa boa é o amor não? Que te faz sofrer, e praticamente cortar os pulsos por causa de alguém que está cagando e andando para você e nem sabe teu nome. E a beleza? O que é a beleza? "Ai meu namoradinho é lindo!" - Melhor que eu? Duvido muito. Parece pretensão mas eu confio no meu taco. Posso ser feio, posso até falar bastante besteira, mas nas horas do "vamos ver" eu confio no meu taco. Sem mais.

    Ah Laís, que bom deve ter sido tomar aquele banho de chuva. Aquela foto nao fui eu quem tirou. peguei da net e fiz preto e branco e mudei contrate.

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